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Sandinistas pedem inibição da candidatura à vice-presidência de opositora na Nicarágua

03/08/2021 23h54

Manágua, 4 Ago 2021 (AFP) - Um grupo ligado ao governo esquerdista da Nicarágua pediu nesta terça-feira (3) a inibição da candidata da oposição à vice-presidência, Berenice Quezada, por incitar a violência e o ódio, informaram os denunciantes.

Quezada, uma ex-rainha da beleza nomeada para a vice-presidência pelo partido de direita Aliança Cidadãos pela Liberdade (CxL), fez um "apelo implícito à violência e ao ódio" e está "fazendo uma apologia ao crime com isso", denunciou um grupo de parentes das vítimas do partido no poder nos protestos contra o governo sandinista em 2018.

O governo informou em seu site que o grupo apresentou a denúncia ao Ministério Público de Defesa dos Direitos Humanos (PDDH), para que investigasse e solicitasse ao tribunal eleitoral que "inibisse a candidatura à vice-presidência" de Quezada nas eleições de novembro.

Quezada, modelo de 27 anos que venceu o concurso Miss Nicarágua em 2017, foi inscrita nesta segunda-feira no CSE como companheira de chapa do candidato à presidência da CxL, Oscar Sobalvarro.

Ao sair da sede do CSE, Quezada defendeu a libertação dos "presos políticos" do governo.

Pelo menos 31 líderes da oposição, incluindo sete candidatos à presidência, foram detidos desde junho, principalmente por "traição" à pátria.

Daniel Ortega, que preside o país desde 2007, foi indicado na segunda-feira por seu partido para disputar uma terceira reeleição consecutiva em um processo eleitoral severamente contestado dentro e fora do país.

Em 2018, a Nicarágua foi abalada por grandes manifestações pedindo a renúncia do presidente. A repressão dos protestos deixou pelo menos 328 mortos e 2.000 feridos, segundo grupos humanitários.

O governo, por sua vez, reconheceu 200 mortos, entre os quais destacou policiais e simpatizantes sandinistas.

O CSE tem até 9 de agosto para validar as candidaturas à presidência, vice-presidência e dos deputados que foram apresentadas na segunda-feira pela aliança "Nicarágua triunfa" da Frente Sandinista no poder (FSLN, à esquerda), a aliança de oposição CxL e cinco outros partidos de direita.

bm/gm/am