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Hezbollah lança foguetes contra Israel, que responde com ataques

06/08/2021 20h43

Beirute, 6 Ago 2021 (AFP) - O grupo Hezbollah lançou nesta sexta-feira (6) do Líbano mais de dez foguetes contra Israel, que respondeu com ataques, em uma escalada da tensão entre o Estado hebreu e o movimento xiita apoiado pelo Irã.

As hostilidades desta sexta-feira começaram com o lançamento de uma dezena de foguetes, reivindicado pelo Hezbollah, em territórios disputados na região das colinas de Golã, ocupada por Israel desde 1967, em resposta a ataques aéreos israelenses no sul do Líbano na véspera.

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"A resistência islâmica bombardeou com dezenas de foguetes um território próximo às posições das forças de ocupação israelenses na região das fazendas Shebaa", nome libanês desse setor, declarou o grupo.

Um correspondente da AFP no sul do Líbano relatou ter ouvido várias explosões e visto fumaça subindo na área das fazendas de Shebaa e na localidade de Kfarchouba.

Israel assegurou que foram disparados 19 foguetes, dos quais seis atingiram seu território. Três erraram os alvos e os outros foram interceptados pelas defesas aéreas, informou.

Pouco após esta ação, o exército israelense respondeu "atacando as fontes de lançamento (dos foguetes) no Líbano", segundo um comunicado militar.

Na quinta-feira, a força aérea israelense reivindicou seus primeiros ataques aéreos em anos no Líbano, afirmando ter visado locais de lançamento de foguetes após disparos para o norte de Israel que não foram reivindicados.

"Não queremos uma escalada na direção de uma verdeira guerra, mas estamos prontos para isso e não vamos permitir que esses atos terroristas continuem", declarou à imprensa Amnon Shefler, um porta-voz do Exército israelense.

"Faremos o que for necessário", assegurou.

Já o número dois do Hezbollah, Naim Qassem, assegurou que o grupo estava decidido a responder qualquer ataque contra o Líbano.

"Não acreditamos que as coisas vão avançar para uma escalada, embora o Hezbollah esteja preparado" para isso, se necessário, destacou.

- 'Situação muito perigosa' -Enquanto isso, os Estados Unidos pediram ao Líbano, que tem um governo interino há quase um ano, que evite os ataques do Hezbollah a Israel.

"Pedimos ao governo libanês urgentemente que evite ataques e tome o controle da área", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

"Incentivamos firmemente todos os esforços para manter a calma", destacou.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) descreveu como uma "situação muito perigosa" a escalada militar entre Israel e o movimento xiita Hezbollah pró-iraniano e pediu um cessar-fogo "imediato".

"É uma situação muito perigosa, com atos de escalada observados dos dois lados nos últimos dias", advertiu a Finul em um comunicado.

O comandante desta missão da ONU, general Stefano Del Col, disse estar em contato com as partes envolvidas, as quais fez um apelo por um "cessar-fogo imediato".

A aviação israelense bombardeia, regularmente, o que afirma serem posições do movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza. Também realiza operações na vizinha Síria, onde ataca alvos de elementos pró-iranianos.

Em relação ao Líbano, porém, seus últimos ataques aéreos conhecidos remontavam a 2014, confirmou o Exército israelense em contato com a AFP.

Desde a guerra de 2006 entre os dois lados, que matou 1.200 libaneses, a maioria civis, e 160 israelenses, Israel não tinha atacado o reduto do Hezbollah no sul do Líbano.

Em 2019, a tensão entre os dois lados aumentou, quando o Hezbollah atacou um veículo militar israelense em resposta a dois ataques "israelenses" contra o movimento xiita na Síria e no Líbano.

Em um fato raro e surpreendente, moradores drusos da localidade de Hasbaya, no sul do Líbano, detiveram um caminhão que levava um lança-foguetes com vários canhões usado no ataque do Hezbollah, informou uma fonte militar à AFP.

"Uma unidade do exército no município de Chwayya deteve quatro pessoas que dispararam os foguetes e apreendeu os lança-foguetes", informou o exército libanês em um comunicado.

Um vídeo amplamente difundido nas redes sociais mostra moradores locais irritados bloqueando o caminhão e acusando o Hezbollah de pôr em risco a vida de civis ao disparar foguetes de áreas residenciais.

Esta semana, Israel pediu ao Líbano que se responsabilize por ações lançadas de seu território contra interesses e civis israelenses.

O Líbano enfrenta uma crise tripla: social, econômica e política, sem um governo plenamente em funções durante um ano e mergulhado em uma das piores recessões desde 1850, segundo o Banco Mundial.

As trocas de hostilidades ocorrem em meio a um aumento da tensão entre Israel e Irã após o ataque mortal contra um petroleiro gerido pela empresa de um bilionário israelense no mar de Omã.

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