Irmã de líder da Coreia do Norte ameaça Seul por exercícios militares
Seul, 10 Ago 2021 (AFP) - Kim Yo Jong, a influente irmã do líder norte-coreano, Kim Jong Un, criticou nesta terça-feira (10) a atitude "pérfida" de Seul por causa dos exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e Estados Unidos, alertando que os dois países estão se expondo a fortes ameaças de segurança.
Kim Yo Jong, uma das assessoras mais próximas do irmão, denunciou os "perigosos" exercícios militares conduzidos conjuntamente por Seul e Washington neste mês, que Pyongyang considera um ensaio para uma invasão do Norte.
"Aproveito esta oportunidade para manifestar meu profundo pesar sobre o trato pérfido das autoridades sul-coreanas", declarou em declaração publicada pela agência de imprensa oficial norte-coreana KCNA.
Os exércitos sul-coreano e americano iniciaram nesta terça-feira treinamentos preliminares prévios a seus exercícios anuais de verão, que devem acontecer na semana que vem.
Com essas manobras militares, Seul e Washington "certamente enfrentarão maiores ameaças à segurança", alertou a irmão do líder norte-coreano, antes de acrescentar que o Norte fortalecerá suas capacidades de defesa e de bombardeios preventivos.
As declarações de Kim Yo Jong surgem apesar do inesperado apaziguamento na península coreana após uma série de cartas pessoais trocadas entre seu irmão e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
As duas partes restabeleceram a comunicação interrompida há mais de um ano no mês passado, na tentativa das autoridades de trabalharem para melhorar suas relações.
Seul e Washington são aliados por tratado. Os Estados Unidos têm 28.500 soldados na Coreia do Sul para defender o país de seu vizinho do norte, que possui armas nucleares.
Para facilitar as negociações sobre o dossiê nuclear com a Coreia do Norte, sul-coreanos e americanos já reduziram o escopo de seus exercícios militares conjuntos anuais.
O presidente sul-coreano foi o facilitador da primeira cúpula entre a Coreia do Norte e um presidente em exercício dos Estados Unidos, em Cingapura em 2018.
Mas o Norte novamente rompeu o contato com Seul após o fracasso da segunda cúpula entre Kim e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Hanói, deixando as negociações nucleares paralisadas.
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