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Putin diz ser preciso impedir que 'terroristas' saiam do Afeganistão como refugiados

16.jun.2021 - O presidente russo, Vladimir Putin, gesticula enquanto fala durante uma entrevista coletiva - Alexander Zemlianichenko / Pool via REUTERS
16.jun.2021 - O presidente russo, Vladimir Putin, gesticula enquanto fala durante uma entrevista coletiva Imagem: Alexander Zemlianichenko / Pool via REUTERS

Da AFP

20/08/2021 13h00Atualizada em 20/08/2021 13h15

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu à comunidade internacional nesta sexta-feira (20) que evite o "colapso" do Afeganistão e advertiu que se deve impedir que os "terroristas" saiam do país, escondidos como refugiados.

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de Estado russo pediu que não se tente impor "valores alheios" ao país, devastado por décadas de conflito.

"Tem que acabar (...) essa vontade de construir em outros países a democracia com base em modelos estrangeiros, sem levar em conta as particularidades históricas, nacionais, ou religiosas, e ignorando por completo as tradições", acrescentou Putin.

"Acredito que esta é a lição do Afeganistão", enfatizou.

O presidente russo destacou que os talibãs controlam "quase todo território" no Afeganistão e que se trata de "uma realidade que se deve levar em consideração para não permitir o colapso do Estado afegão".

Putin também considerou que é "importante impedir a infiltração de terroristas nos países vizinhos" do Afeganistão, "entre eles os que se fizerem passar por refugiados".

Um dos países que não evacuaram sua embaixada em Cabul após a chegada dos talibãs, a Rússia garantiu, na terça-feira (17) que o grupo estava enviando "sinais positivos" em relação às liberdades e à distribuição de poder e que se comportou de forma "civilizada" em Cabul.

O governo russo, que considera que a crise afegã se deve à "marcha precipitada", ou "fuga" das forças norte-americanas, apoia o início de um "diálogo nacional" com "a participação de todas as forças políticas, étnicas e confessionais".

"Devemos fazer todo possível para somar esforços para apoiar o povo afegão, normalizar a situação neste país e estabelecer relações de boa vizinhança", acrescentou o líder russo nesta sexta-feira.