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Kamala Harris visita o Vietnã com Afeganistão como pano de fundo

A vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris e o primeiro-ministro do Vietnã Pham Minh Chinh durante visita dela ao país  - Evelyn Hockstein/Pool/AFP
A vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris e o primeiro-ministro do Vietnã Pham Minh Chinh durante visita dela ao país Imagem: Evelyn Hockstein/Pool/AFP

Em Hanói

25/08/2021 06h36

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, iniciou hoje uma visita ao Vietnã que tem o objetivo de reafirmar o compromisso de seu governo com a Ásia, uma viagem que recebe algumas críticas em Washington porque muitos estabelecem paralelos entre as retiradas americanas de Saigon e Cabul.

Harris se reunirá em Hanói com as autoridades do governo comunista, um dia depois de acusar a China, a potência regional, de intimidação no disputado Mar da China Meridional.

A chegada da vice de Joe Biden foi adiada por um "incidente anômalo de saúde" em Hanói, segundo fontes do governo americano, em uma aparente referência à chamada "síndrome de Havana" que afeta diplomatas em vários países, incluindo China e Rússia.

Não está claro o que provoca a síndrome, que já motivou denúncias sem provas de que a Rússia ou outros países usam aparelhos eletrônicos de alta intensidade para provocar danos a diplomatas americanos.

A visita acontece após uma viagem de dois dias de Harris a Singapura, onde ela criticou duramente a China e tentou reforçar a credibilidade de seu governo após o retorno dos talibãs ao poder no Afeganistão.

A viagem gerou críticas depois que a caótica retirada de Cabul motivou comparações com o trauma de Saigon em 1975, quando helicópteros americanos retiraram as últimas pessoas do teto da embaixada nos últimos dias da Guerra do Vietnã.

Harris não visitará Saigon, atualmente chamada Cidade Ho Chi Minh, e tentará enfatizar o compromisso de Washington com o sudeste asiático ao inaugurar em Hanói um escritório regional do CDC (Centro de Controle de Doenças) dos Estados Unidos.

Washington doou ao Vietnã cinco milhões de doses de vacinas contra a covid-19.