Topo

Esse conteúdo é antigo

Doenças relacionadas ao 11 de setembro parecem ter matado mais pessoas do que os ataques, segundo relatório

Edifício World Trade Center em chamas no ataque de 11 de setembro de 2001 em Nova York - Jeff Christensen/Reuters
Edifício World Trade Center em chamas no ataque de 11 de setembro de 2001 em Nova York Imagem: Jeff Christensen/Reuters

07/09/2021 17h25

O número de pessoas que morreram de doenças relacionadas aos ataques de 11 de setembro parece exceder aquelas que perderam suas vidas nos ataques, segundo um relatório do fundo de compensação de vítimas divulgado nesta terça-feira (7).

Mais de 67.000 pedidos de indenização foram apresentados a este fundo desde a sua abertura em 2011 para pessoas que estavam perto de locais atacados por jihadistas da Al Qaeda há 20 anos e que desde então desenvolveram doenças.

A maioria são pessoas que moravam ou trabalhavam perto das torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, cujo colapso liberou gases tóxicos que cobriram a área por semanas.

Quase metade dos casos refere-se a pacientes com câncer e 3.900 foram apresentados em nome de pessoas que já morreram.

"Isso significa que o número de pessoas cujas mortes parecem ter sido causadas por doenças relacionadas aos ataques de 11 de setembro agora excede o número de pessoas que morreram em 11 de setembro", disse Rupa Bhattacharyya, diretora do fundo.

Naquele dia histórico, quase 3.000 pessoas morreram depois que quatro aviões foram sequestrados, dois deles colidiram com os arranha-céus de Manhattan, um no Pentágono e um em uma área arborizada da Pensilvânia após um contra-ataque dos passageiros.

Pouco depois, foi criado um fundo de indenização para as famílias dos desaparecidos e sobreviventes.

Em 2011, uma lei reativou o fundo e o ampliou após o surgimento de cânceres, especialmente entre bombeiros e pessoas que limparam escombros em Nova York. Em 2019, sua operação foi estendida até 2090.

Os pedidos continuam a chegar em massa, com cerca de 900 novos casos registrados a cada mês em 2021, segundo Bhattacharyya, que afirma que ainda é difícil calcular o número total de vítimas.

"A tragédia do 11 de setembro continua", disse ela. Até o momento, o fundo atendeu a mais de 41.000 reivindicações legítimas, 2.132 delas de pessoas mortas, e pagou um total de quase 9 bilhões de dólares em indenização.

No próximo sábado, o presidente Joe Biden visitará os três lugares atacados para "homenagear e relembrar as vidas perdidas" nos atentados que abalaram os Estados Unidos e o mundo.