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Advogado dos EUA planeja o próprio assassinato, sobrevive e se entrega à polícia

Alex Murdaugh foi colocado sob custódia pelas autoridades da Carolina do Sul por 12 dias - Reprodução/ Facebook/ Hannah Proctor Bennett
Alex Murdaugh foi colocado sob custódia pelas autoridades da Carolina do Sul por 12 dias Imagem: Reprodução/ Facebook/ Hannah Proctor Bennett

Washington, nos EUA

16/09/2021 17h12Atualizada em 16/09/2021 18h52

Um advogado dos Estados Unidos que supostamente encomendou o seu próprio assassinato, e ao qual acabou sobrevivendo, se entregou nesta quinta-feira (16) às autoridades da Carolina do Sul e poderá responder por fraude em seguros e por mentir às autoridades, em uma nova reviravolta de uma história bastante incomum.

Alex Murdaugh, de 53 anos, foi colocado sob custódia das autoridades 12 dias depois de sua tentativa de ser assassinado, disse à AFP um porta-voz do centro de detenção.

Abalado pelo assassinato de sua esposa e de um filho, com problemas na Justiça e viciado em opioides, Murdaugh contratou um homem para que atirasse contra a sua cabeça para que seu filho sobrevivente pudesse receber o prêmio de um seguro avaliado em US$ 10 milhões (mais de R$ 50 milhões), segundo os seus advogados.

No entanto, Murdaugh sobreviveu aos disparos, que foram efetuados em 4 de setembro por Curtis Smith, de 61 anos, e que também está preso por assistência ao suicídio, agressão com agravante, agressão e fraude em seguros.

A tentativa orquestrada de assassinato ocorreu um dia depois de Murdaugh ter sido forçado a deixar seu escritório de advocacia por um suposto desvio de milhões de dólares.

O incidente ocorreu três meses depois que sua esposa Maggie, de 52 anos, e seu filho Paul, de 22, foram misteriosamente assassinados a tiros em 7 de junho, um crime que ainda não foi esclarecido.

Uma das linhas de investigação para o duplo assassinato estaria racionada com o fato de que Paul Murdaugh aguardava julgamento por um acidente de barco ocorrido em 2019, que provocou a morte de uma jovem de 19 anos.

'Enorme depressão'

Dick Harpootlian, um dos defensores de Murdaugh, contou à emissora NBC News que seu cliente orquestrou o próprio assassinato porque sofria de "enorme depressão" e acreditava, de forma equivocada, que se cometesse o suicídio, seu filho Buster não teria direito ao prêmio do seguro de vida avaliado em US$ 10 milhões.

"Ele combinou com esse homem (Smith) para que atirasse nele", disse Harpootlian. "Ele telefonou para esse cara, que o encontrou na beira da estrada e concordou em atirar na cabeça dele", acrescentou.

Segundo o advogado, Murdaugh admitiu que estava mal. "Foi uma tentativa de fazer algo para proteger seu filho", comentou.

Smith, o suposto atirador, já tinha sido cliente de Murdaugh e também era quem lhe oferecia opioides, segundo Harpootlian.

Em outro capítulo dessa história, a polícia afirmou ontem (15) que abriu uma investigação para esclarecer a morte de Gloria Satterfield, governanta dos Murdaugh, em 2018. A funcionária tinha 57 anos quando faleceu na casa da família, um fato que inicialmente foi atribuído às consequências de uma queda.

A família Murdaugh tem um longo histórico de vínculos com as instituições de Justiça da Carolina do Sul, já que o pai, o avô e o bisavô de Alex atuaram como promotores no estado durante décadas.