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Macron recebe Merkel antes de eleições na Alemanha

16/09/2021 09h28

Paris, 16 Set 2021 (AFP) - O presidente da França, Emmanuel Macron, receberá nesta quinta-feira (16) a chanceler alemã, Angela Merkel, em uma das últimas ocasiões em que os dois líderes poderão encenar a proximidade política franco-alemã, antes das eleições de 26 de setembro na Alemanha.

Ambos os líderes farão declarações por volta das 19h (15h de Brasília), antes de um jantar de trabalho, informou o Palácio do Eliseu na quarta-feira (15).

Entre as questões internacionais, ambos vão abordar, em especial, a situação no Afeganistão, disse Steffen Seibert, porta-voz de Merkel.

A presidência francesa também mencionou, por sua vez, Irã, Líbia, Ucrânia e Belarus, além dos grandes desafios europeus em termos de defesa, concessão de asilo e migração, bem como mudanças climáticas e transformação digital.

Macron e Merkel também querem preparar juntos a cúpula entre a União Europeia e os Bálcãs Ocidentais em Liubliana, em 6 de outubro - data em que o sucessor da chanceler provavelmente ainda não terá sido nomeado -, e o futuro da presidência francesa no bloco comunitário. A França assume no primeiro semestre de 2022.

Este último encontro será crucial para o chefe de Estado francês, diante da campanha eleitoral na França e das eleições presidenciais de 10 e 24 de abril.

- Questão talibã -Por enquanto, as consequências da vitória do Talibã no Afeganistão continuam sendo uma das questões mais urgentes para os europeus e também para as relações franco-alemãs.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira (15) que Paris sediará uma cúpula de defesa durante sua presidência do bloco, em um momento em que a retirada do Afeganistão relançou o debate sobre a autonomia estratégica europeia.

A criação de uma força de reação rápida europeia de 5.000 soldados tem sido debatida há vários meses. Com a saída americana do Afeganistão, este debate voltou a ganhar força, ao destacar as deficiências militares do Velho Continente.

Da mesma forma, o anúncio de uma nova aliança entre Estados Unidos, Reino Unido e Austrália para fortalecer as capacidades navais com uma nova frota australiana de submarinos nucleares certamente fortalecerá o diálogo entre Macron e Merkel sobre o papel da Europa no jogo diplomático mundial.

Apesar de suas diferenças em importantes questões europeias, o presidente francês, de 43 anos, e a chanceler alemã, de 67, construíram uma sólida relação de amizade, segundo pessoas próximas a ambos os dignitários.

Por muito tempo, Macron se chocou contra a relutância alemã em aumentar os gastos da UE.

Diante da pandemia da covid-19, porém, ambos os líderes conseguiram fortalecer seus laços para alcançar uma aliança que levou, em maio de 2020, à proposta de um plano de recuperação europeu de 750 bilhões de euros, financiado em grande parte por empréstimos europeus comuns. Em seguida, trabalharam juntos para alcançar este acordo histórico.

Nos últimos dias, Macron recebeu no Eliseu os dois favoritos para sucederem a Merkel: o social-democrata (SPD) Olaf Scholz e o democrata-cristão (CDU) Armin Laschet.

O candidato de centro-esquerda, coarquiteto do programa de recuperação e dívida da Commonwealth, poderá ser mais flexível com a ortodoxia europeia, enquanto seu adversário está mais empenhado em reduzir a dívida pública de seu país.

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