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UE diz que forma como Austrália tratou a França em acordo foi 'inaceitável'

Declaração foi dada pro Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, à CNN - Yves Harman/Reuters
Declaração foi dada pro Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, à CNN Imagem: Yves Harman/Reuters

Em Bruxelas (Bélgica)

20/09/2021 14h08Atualizada em 20/09/2021 14h11

O tratamento reservado à França pela Austrália, no contexto da aliança com os Estados Unidos e o Reino Unido, é "inaceitável" e o caso requer uma análise aprofundada, declarou hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à rede americana CNN.

"Um de nossos Estados-membros foi tratado de forma inaceitável. Queremos saber o que aconteceu e por quê", disse Von der Leyen, referindo-se ao cancelamento de um contrato multimilionário de submarinos entre a França e a Austrália.

O anúncio da nova aliança militar ligando Washington, Londres e Canberra tornou-se um grande problema diplomático, já que a UE (União Europeia), uma aliada, não foi informada sobre o que os três países estavam negociando.

Além disso, o anúncio desta nova aliança — Aukus — foi agendado para o mesmo dia em que a UE se preparava para apresentar sua nova estratégia para a região Indo-Pacífico.

O efeito mais devastador, entretanto, foi o anúncio repentino da Austrália de romper um contrato de submarinos com a França, em um negócio extremamente complexo que incluía a transferência de tecnologia que é um segredo militar bem guardado.

O caso é tão grave que os chanceleres europeus que estão em Nova York para a Assembleia Geral da ONU dedicarão sua reunião na cidade para discutir o alcance e as consequências da nova aliança militar e a situação da França.

Em declarações à rede CNN, Von der Leyen acrescentou que será necessário esclarecer o que aconteceu "antes de continuarmos com os negócios normais".

A França chegou a chamar seus embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália para consultas, um gesto de grande gravidade no ambiente diplomático, para evidenciar a enorme irritação com o ocorrido.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concordou em falar por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, para esclarecer a situação.

Ao mesmo tempo, uma reunião agendada para esta semana entre a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, e seu homólogo britânico, Ben Wallace, foi cancelada a pedido da França, disse uma fonte do ministério francês à AFP.