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Estudante mata seis pessoas em tiroteio em universidade na Rússia

20/09/2021 15h05

Moscou, 20 Set 2021 (AFP) - Um estudante matou ao menos seis pessoas e feriu outras 28 nesta segunda-feira (20) em um tiroteio em um campus universitário de Perm, na região dos Urais, antes de ser ferido e detido pela polícia.

O presidente russo Vladimir Putin lamentou "uma grande desgraça para todo o país" e pediu às forças de ordem que esclareçam os motivos do agressor.

"Nenhuma palavra apaga a dor por essas perdas, especialmente quando se trata de jovens que estavam justamente começando suas vidas", acrescentou.

Segundo imagens gravadas, um homem vestido de preto caminha com um fuzil na mão pelo campus universitário nesta cidade dos Urais.

"Um estudante que estava em um dos edifícios da universidade abriu fogo contra as pessoas ao seu redor", afirma um comunicado do Comitê de Investigação Russo, órgão encarregado dos casos mais importantes do país.

Segundo o último balanço, o indivíduo matou seis pessoas e deixou outras 28 feridas. De acordo com a imprensa local, as pessoas que morreram são um homem e cinco mulheres, entre eles uma estudante que queria ser professora de matemática e um médico aposentado de 66 anos que foi visitar seu neto na universidade.

O atirador "ficou ferido durante a detenção ao opor resistência", informou o comitê.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram estudantes fugindo do tiroteio e pulando pelas janelas do primeiro andar de um prédio do campus.

Outra gravação, feita a partir de uma janela, mostra um indivíduo vestido de preto atirando e caminhando na direção da entrada do prédio.

O atirador, que já teve a identidade estabelecida mas não divulgada, entrou no campus às 11H00 locais (3H00 de Brasília), de acordo com o serviço de comunicação da universidade.

Uma testemunha, o professor Ivan Petchichtchev, de 39 anos, disse à AFP que viu estudantes pularem as janelas para chegarem à universidade, o que o fez pensar que havia um incêndio. Depois, escutou gritos de pânico e tiros.

"Fui ver os estudantes. Estavam com medo. As meninas chorava, não entendiam o que estava acontecendo, tentei acalmá-las", acrescentou.

- Um fenômeno em alta -O primeiro-ministro Mikhail Mishustin, assim como os ministros da Saúde e da Educação, foram enviados a Perm, segundo as agências russas.

A tragédia aconteceu um dia após as eleições legislativas vencidas pelo partido do Kremlin, Rússia Unida, marcadas por acusações de fraude.

Os tiroteios em escolas ou universidades eram raros na Rússia - que tem uma legislação rigorosa de controle de armas -, mas se tornaram mais frequentes nos últimos anos.

O presidente Vladimir Putin o denunciou como um fenômeno importado dos Estado Unidos e um efeito perversos da globalização.

O incidente anterior do tipo havia acontecido em 11 de maio de 2021, quando um jovem de 19 anos abriu fogo contra uma escola de Kazan (sudoeste) e matou nove pessoas.

No mesmo dia, Putin ordenou uma revisão das normas sobre o porte de armas, pois o autor do ataque tinha permissão para o uso de uma arma semiautomática.

Em outubro de 2018, um estudante matou 19 pessoas antes de cometer suicídio em um instituto de Kerch, uma cidade da península ucraniana da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.

As autoridades afirmam que desmantelaram nos últimos anos dezenas de planos de ataques contra centros de ensino, normalmente por parte de adolescentes.

Em fevereiro de 2020, as forças de segurança prenderam dois jovens, nascidos em 2005 e de nacionalidade russa, que eram muito ativos em fóruns virtuais com a apologia do assassinato e do suicídio.

De acordo com os investigadores, eles planejavam atacar um centro de ensino em Saratov (sudoeste), às margens do Volga.

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