Maduro condena 'xenofobia' contra venezuelanos no Chile
Caracas, 28 Set 2021 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou nesta segunda-feira (27) o violento ataque a migrantes venezuelanos sem documentos no norte do Chile e anunciou um plano para repatriá-los de volta ao seu país.
"Por meio da chancelaria, procedemos imediatamente a um plano de 'Retorno à Pátria' de todos os venezuelanos que estão em Iquique, Chile, perseguidos, atacados pela xenofobia de uma direita pinochetista", declarou Maduro em discurso transmitido pela televisão estatal.
"Essa é a direita pinochetista, xenófoba, discriminatória que persegue nossos irmãos e irmãs!", acusou o presidente venezuelano.
Cerca de 3.000 pessoas protestaram em Iquique no sábado - com bandeiras chilenas e cartazes com slogans anti-imigração - contra a crescente chegada de migrantes à cidade.
Em meio a gritos xenófobos, um grupo queimou pertences de migrantes que acampavam nas ruas de Iquique e que a polícia impediu de serem espancados pela multidão.
O protesto em Iquique ocorreu depois que, na sexta-feira, a polícia despejou uma praça onde famílias de migrantes com crianças, em sua maioria venezuelanas, acampavam em meio à crescente crise migratória naquela área.
Maduro indicou que ativou o plano "Retorno à Pátria" - lançado em agosto de 2018 para facilitar o retorno voluntário dos migrantes - para as pessoas que desejam voltar do Chile.
"Vamos responder por tudo, por estes compatriotas que estão em Iquique, respondemos cabalmente", sublinhou o mandatário chavista.
Milhares de venezuelanos sem documentos cruzam a fronteira entre a Bolívia e o Chile, fugindo da crise em seu país, que Maduro atribui às sanções econômicas dos Estados Unidos contra a Venezuela.
Os migrantes fazem a travessia por passagens inóspitas, colocando suas vidas em risco. Cerca de 11 migrantes morreram nesta rota no ano passado.
O Ministério Público chileno abriu uma investigação sobre os ataques ocorridos no protesto, condenados pela Unicef e pela Acnur. O próprio presidente do Chile, Sebastián Piñera, descreveu o ocorrido como uma "agressão brutal".
atm/jt/lm/am
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.