Maioria dos países da UE deseja incluir gás e energia nuclear em investimentos verdes
Bruxelas, 22 Out 2021 (AFP) - A maioria dos países da União Europeia se manifestou nesta quinta-feira (21) a favor do reconhecimento do papel do gás e da energia nuclear na luta contra as mudanças climáticas, o que facilitará seu financiamento, disseram fontes coincidentes.
A Comissão Europeia deve propor antes do final do ano uma lista de energias consideradas éticas com o clima e o ambiente, o que permitiria acesso a planos de financiamento verdes e uma vantagem competitiva.
Embora a questão divida opiniões, na cúpula de chefes de Estado e de governo nesta quinta em Bruxelas, "uma grande maioria dos Estados membros" se mostrou favorável à inclusão de gás e energia nuclear como investimentos sustentáveis, informou um diplomata europeu à AFP.
Dois outros diplomatas confirmaram a existência de uma "maioria" de países favoráveis.
Ainda assim, não se espera que essa "taxonomia verde" seja incluída nas conclusões da cúpula, pois não há consenso.
A crise do preço do gás, que fez disparar as tarifas de eletricidade em toda a Europa, parece ter criado um ambiente favorável para a energia nuclear.
Em meados de outubro, dez países da UE fizeram uma publicação que apontava que esta fonte não emite CO2, contribui para a luta contra as alterações climáticas e favorece a independência energética europeia.
Outros países, como a Alemanha, se opõem fortemente a essa fonte de energia, assim como várias ONGs, que ressaltam o problema do armazenamento de resíduos radioativos a longo prazo.
As usinas a gás emitem CO2, mas em uma extensão muito menor do que as de carvão e, como as nucleares, são uma fonte estável e dirigível de eletricidade que pode complementar as energias renováveis quando não há sol ou vento.
A Comissão deve propor em breve esta classificação, que pode ser rejeitada pelos eurodeputados ou pela maioria dos Estados membros.
No início de outubro, o vice-presidente do Executivo europeu, Valdis Dombrovskis, defendeu a energia nuclear como "energia de baixo carbono" durante uma reunião de ministros das finanças.
E em um relatório do fim de março, o serviço científico da Comissão Europeia estimou que "nenhuma análise fornece evidências científicas de que a energia nuclear ameaça mais a saúde humana ou o meio ambiente do que outras energias" que podem ser classificadas como verdes.
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