O histórico edifício do Parlamento britânico 'cai aos pedaços'
Londres, 22 Out 2021 (AFP) - O espetacular Palácio de Westminster, a emblemática sede do Parlamento britânico, "cai aos pedaços" mais rápido do que pode ser reparado, anunciaram seus encarregados, apontando para rachaduras na pedra, danos provocados pela água e sistemas elétricos e mecânicos obsoletos.
Remodelado após um grande incêndio que destruiu, em 1834, o anterior Westminster Hall, imenso edifício construído em 1099 pelo rei William II e várias vezes reconstruído desde então, o prédio foi inspecionado nas últimas semanas por dezenas de engenheiros, arquitetos e outros especialistas durante um total de 4.700 horas.
Tratou-se de um passo-chave antes da realização de obras de restauração, adiadas em várias ocasiões, de um dos edifícios mais conhecidos do mundo, com sua impressionante arquitetura gótica às margens do rio Tâmisa, e parte do Patrimônio Mundial da Unesco, informaram seus encarregados em um comunicado.
Mistura de construções de várias épocas, este recinto de quatro andares com superfície equivalente a 16 campos de futebol, abriga a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, assim como a famosa Torre Elizabeth, concluída em 1859, onde fica o imponente sino Big Ben e que está sendo restaurada desde 2017.
Mas o elevado custo de uma restauração completa, estimado em 4,3 bilhões de libras (5,9 bilhões de dólares), complicou a aprovação das obras, que os legisladores não votarão antes de 2023.
"Este edifício requer um nível considerável de cuidados para mantê-lo em funcionamento e precisa de um programa essencial de restauração", afirmou Jacob Rees-Mogg, ministro encarregado das relações com o Parlamento. "Devemos ser capazes de justificar este projeto aos contribuintes", acrescentou, ao apresentar o relatório.
- Custos de manutenção dobrados -"Por isso é tão importante compreender e estabelecer as obras de restauração necessárias para proteger o edifício, de forma que se concentrem nos trabalhos essenciais necessários para preservar o palácio para as gerações futuras", destacou Rees-Mogg.
Apesar de ter intensificado os trabalhos de manutenção, "cai aos pedaços mais rápido do que pode ser reparado e precisa urgentemente de um programa de restauração essencial", acrescentaram as autoridades parlamentares no comunicado.
Devido a seus múltiplos problemas, o custo anual de sua manutenção e dos projetos em curso dobrou entre 2016 e 2019, passando de 62 milhões de libras para 127 milhões de libras.
Segundo seus encarregados, seu estado apresenta alto risco de incêndio, inundação ou desprendimento de pedras.
O especialistas encontraram danos em muitos de seus elementos históricos, como nos vitrais vitorianos originais, que estão se deformando e afundando com o passar do tempo.
Foi descoberto, ainda, em um enorme porão "quilômetros de tubulações antiquadas e entremeadas de gás, eletricidade, água, calefação e esgoto".
"Está sendo averiguado mais a fundo, mas acredita-se que o palácio possa abrigar o sistema de iluminação de gás mais antigo do mundo ainda em uso", segundo o comunicado.
"Também se trabalhou para compreender a procedência dos extravagantes acessórios de iluminação por velas e gás, alguns dos quais descobriu-se que tinham sido emborcados na passagem para a luz elétrica há mais de 100 anos", detalharam.
A equipe encontrou, ainda, elementos históricos, como candelabros, que sobreviveram às chamas em 1834.
"Para continuar elaborando o registro mais detalhado do palácio já criado" nos próximos meses serão feitos estudos detalhados de sua estrutura.
acc/eg/mvv
HERITAGE OIL
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.