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EUA pede ao mundo para apoiar participação de Taiwan nas instituições da ONU

26/10/2021 15h07

Washington, 26 Out 2021 (AFP) - Os Estados Unidos pediram nesta terça-feira (26) ao mundo que "apoie a participação significativa e sólida de Taiwan" nas instituições da ONU, apesar da resistência da China.

"Incentivamos todos os Estados-membros da ONU a se unirem a nós para apoiar a participação sólida e significativa de Taiwan em todo o sistema da ONU e na comunidade internacional", disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.

"Taiwan é um sócio crucial dos Estados Unidos e um sucesso democrático", acrescentou em um comunicado para comemorar os 50 anos desde que a Assembleia Geral da ONU votou para manter a China e expulsar Taipei.

No texto, capaz de despertar a ira da China, Blinken afirmou que a participação de Taiwan no sistema da ONU "não é uma questão política, é uma questão pragmática" e insistiu que está de acordo com a doutrina das Nações Unidas em relação à China.

"A exclusão de Taiwan prejudica o importante trabalho da ONU e suas agências", insistiu ao citar a exclusão de Taipei das reuniões da Organização de Aviação Civil Internacional e da Organização Mundial da Saúde, apesar de milhões de passageiros passarem pelos aeroportos taiwaneses todo ano e de a ilha ter sido aclamada pela sua resposta de "classe mundial" à pandemia de coronavírus.

Os Estados Unidos estão "entre os muitos Estados-membros da ONU que veem Taiwan como um sócio valioso e um amigo de confiança", acrescentou Blinken, que destacou que Washington continua reconhecendo apenas Pequim, com quem estabeleceu relações diplomáticas em 1979 em detrimento de Taipei.

Essa declaração ocorre em meio às grandes tensões no Estreito de Taiwan, depois que Pequim realizou, no início do mês, um número recorde de incursões aéreas perto da ilha.

A China, que exerce o poder de veto no Conselho de Segurança, intensificou seus esforços para excluir Taiwan desde a eleição de 2016 da presidente Tsai Ing-wen, que enfatiza a identidade separada da ilha.

Taiwan elogiou o apoio de Blinken e seu reconhecimento de que o "país" é um "sócio vital dos Estados Unidos e um exemplo de democracia".

"Seu apoio à participação significativa do país nas atividades, mecanismos e reuniões das agências especializadas da ONU é fundamental para abordar os desafios globais com sucesso", disse o ministério das Relações Exteriores de Taiwan em um comunicado.

Questionado na semana passada sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana para defender Taiwan em caso de um ataque da China, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, respondeu afirmativamente: "Sim, temos um compromisso nesse sentido".

Sua declaração pareceu contradizer a política americana de longa data da chamada "ambiguidade estratégica", pela qual Washington ajuda Taiwan a construir e fortalecer suas defesas, mas sem prometer explicitamente ajudar em caso de um ataque.

Washington depois esclareceu que mantém sua política com Taiwan inalterada.

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