OMS apresenta nova estratégia anticovid e pede US$ 23,4 bilhões
Genebra, 28 Out 2021 (AFP) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou nesta quinta-feira (28) um novo plano de luta contra a pandemia de covid-19 nos países menos desenvolvidos e pediu 23,4 bilhões de dólares nos próximos 12 meses para financiar a estratégia.
"O acelerador ACT - uma associação das principais agências de saúde mundiais - precisa de 23,4 bilhões de dólares para ajudar os países com mais risco a proteger e implantar as ferramentas de luta contra a covid-19 a partir de agora e até setembro de 2022", afirmou a OMS em um comunicado.
A organização afirmou que a quantia é minúscula se comparada com as perdas econômicas provocadas pela pandemia e o custo dos planos de recuperação.
"O acesso não equitativo aos testes de covid-19, aos tratamentos e às vacinas prolonga a pandemia no mundo inteiro e apresenta o risco de surgimento de novas variantes, mais perigosas, que poderiam escapar dos meios de lutas contra a doença", destaca o texto.
A pandemia, que já provocou quase cinco milhões de mortes desde que surgiu na China no fim de 2019, "está longe de acabar", declarou o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Até o momento apenas 0,4% dos testes e 0,5% das vacinas aplicadas no mundo inteiro foram administrados nos países de baixa renda, apesar do fato de que representam 9% da população", insiste o comunicado.
"Estamos em um momento decisivo, que exige uma liderança decisiva para conseguir que o mundo se torne mais seguro", declarou Tedros, que nos últimos meses insistiu em várias ocasiões em que os países mais ricos devem abandonar seu egoísmo nacional e ajudar os mais pobres a obterem vacinas.
O balanço do acelerador ACT é modesto, sobretudo pela falta de financiamento, que impediu que o dispositivo Covax funcionasse com pleno rendimento.
Este mecanismo internacional só conseguiu disponibilizar 425 milhões de doses de imunizantes a 144 países, longe de seus objetivos iniciais.
A OMS defende, no entanto, que a ACT serviu para reduzir à metade o preço dos testes rápidos, transferindo tecnologias e conhecimentos aos países pobres e também para aumentar o acesso a cilindros de oxigênio.
A agência sanitária da ONU prometeu que sua nova estratégia será mais transparente e será centrada no abastecimento de vacinas.
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