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Jovem que abriu fogo em escola dos EUA foi 'implacável', diz polícia

01/12/2021 22h17

Washington, 2 dez 2021 (AFP) - O jovem de 15 anos que abriu fogo nesta terça-feira (30) em sua escola de ensino médio no Michigan foi "absolutamente implacável" e mostrou uma determinação "arrepiante", disse a polícia sobre mais uma tragédia vinculada a armas de fogo nos Estados Unidos.

"Atirou nas pessoas à queima-roupa, muitas vezes mirando na cabeça ou no peito", afirmou o xerife do condado de Oakland, Michael Bouchard.

O saldo de vítimas, que aumentou nesta quarta-feira (1º), é de quatro mortos e sete feridos, quase todos com idades entre 14 e 17 anos.

O jovem, detido no ato e identificado como Ethan Crumbley, pode passar o resto de sua vida na prisão, já que será julgado como se fosse maior de idade, anunciou a promotora local Karen McDonald.

A funcionária disse que existe uma "montanha de provas na internet, em vídeo e nas redes sociais" que provam que não foi um ato impulsivo e sim "totalmente premeditado".

A polícia encontrou no celular do jovem um vídeo gravado na segunda-feira no qual anunciava sua intenção de atacar seus colegas no dia seguinte, um plano que também foi registrado em um diário encontrado em sua mochila.

Crumbley foi levado à Justiça nesta quarta-feira por diversas acusações, entre elas "assassinato" e "atos de terrorismo".

Seus motivos ainda são um mistério: não os explicou desde que foi preso e optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento, no qual se declarou inocente por meio de seu advogado.

- 'Minha nova belezinha' -O tiroteio aconteceu na terça-feira na pequena cidade de Oxford, cerca de 65 quilômetros ao norte da metrópole de Detroit, pouco antes das 13h00 no horário local.

Crumbley, que portava uma pistola semiautomática Sig Sauer calibre 9 mm, abriu fogo por toda a escola, avançando metodicamente. Disparou ao menos 30 balas.

"Tinha a intenção de matar pessoas", resumiu o xerife Bouchard à CNN.

Os falecidos são duas meninas de 14 e 17 anos e dois meninos de 16 e 17 anos. Cinco jovens vítimas permanecem hospitalizados nesta quarta-feira, incluindo uma menina de 14 anos em estado crítico. Um estudante e um professor de 47 anos receberam alta.

O xerife Bouchard estimou hoje que Crumbley atirou aleatoriamente, sem escolher suas vítimas.

As autoridades estão considerando levar os pais do agressor a julgamento, disse a promotora McDonald.

Além da arma usada no ataque, comprada pelo pai de Crumbley em 26 de novembro nas promoções da Black Friday, fuzis também foram apreendidos na casa da família.

O jovem Crumbley publicou uma foto da arma em sua conta do Instagram com a legenda: "Acabo de ganhar minha nova belezinha hoje".

- Direito ao silêncio -Segundo fotos publicadas nas redes sociais, o jovem treinou com a pistola antes do ataque.

Os investigadores acreditam que ele entrou na escola na terça-feira com a arma na mochila. A Oxford High School não possui um detector de metais, ao contrário de muitas escolas nos Estados Unidos.

Crumbley não tinha antecedentes criminais ou de mau comportamento escolar que sugerissem problemas.

No entanto, o xerife Bouchard disse que na segunda-feira ele foi chamado na sala da diretoria da escola por um problema não especificado. Na terça-feira, antes do ataque, as autoridades da escola falaram com ele novamente, deste vez junto com seus pais.

Depois da reunião, ele voltou para a aula e, pouco depois, saiu de um banheiro e começou a atirar, recarregando as munições enquanto seus colegas de turma fugiam.

"Sabemos que tentou entrar nas salas de aula, que atirou nas portas de várias delas", explicou Bouchard.

Levou três carregadores de 15 balas com a arma e ainda restavam 18 balas quando a polícia avançou contra ele na escola e o obrigou a se render, poucos minutos depois da primeira ligação para o número de emergência.

Detido em um centro para jovens criminosos, Crumbley "invocou seu direito a permanecer em silêncio" depois de receber a visita de seus pais, que lhe pediram que não falasse com os investigadores e contrataram um advogado para ele, disse a polícia.

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