Topo

Esse conteúdo é antigo

Membros de seita panamenha pegam pena máxima por massacre de indígenas

03/12/2021 18h16

Panamá, 3 dez 2021 (AFP) - Vários integrantes de uma seita panamenha foram sentenciados a penas que, somadas, chegam a 444 anos de prisão, pelo assassinato, em 2020, de seis crianças e uma mulher grávida em uma comunidade indígena, informou nesta sexta-feira (3) o Ministério Público do Panamá.

"O Tribunal de Julgamento estabeleceu a pena máxima de 50 anos de prisão para cada uma das sete pessoas [acusadas]" pelo massacre ocorrido na comunidade indígena de El Terrón, em 14 de janeiro de 2020, anunciou o MP panamenho em comunicado.

Além disso, outros dois acusados foram condenados anteriormente a 47 anos de prisão cada, após firmarem um acordo de pena, acrescentou a nota.

Segundo o MP, durante o julgamento em um tribunal da localidade de Changuinola, situada a cerca de 600 quilômetros da capital Cidade do Panamá, ficou comprovada a culpabilidade dos acusados com mais de 30 evidências.

"A pena imposta está de acordo com os fatos criminais", afirmou o promotor superior Humberto Rodríguez.

Segundo a denúncia de acusação, os condenados, pertencentes à chamada igreja "A Nova Luz de Deus", amarraram as vítimas e as golpearam com paus, bíblias e facões para "remover o demônio de seus corpos".

Os fatos aconteceram durante um ritual celebrado na comunidade de difícil acesso de El Terrón, na comarca indígena Ngäbe Buglé, no noroeste do país.

Seis menores indígenas, com entre um e 17 anos, além de uma gestante, mãe de cinco dos menores, morreram por consequência do violento espancamento.

A mãe foi levada à força para a igreja e assassinada diante de seus filhos, que depois tiveram o mesmo destino na frente de todos os presentes.

Os corpos foram encontrados - amarrados e em avançado estado de decomposição - em uma vala comum de um cemitério que está a uma hora de distância do local dos fatos.

Segundo disseram os moradores da região, a vegetação, as altas paredes do templo e o barulho dos rituais impediu que eles percebessem o que estava acontecendo ali.

No entanto, vários presentes no ritual conseguiram fugir mesmo feridos e alertar a polícia, cujos agentes se dirigiram à igreja e prenderam os membros da seita.

Quando os agentes chegaram no local, havia outras 15 pessoas mantidas em cativeiro pelos condenados, entre elas várias crianças, que a polícia presumiu que teriam o mesmo destino dos assassinados.

jjr/lm/rpr/mvv