Rio de Janeiro cancela festa de Réveillon por causa da ômicron
Rio de Janeiro, 4 dez 2021 (AFP) - A cidade do Rio de Janeiro finalmente decidiu suspender sua festa de Réveillon com a chegada ao Brasil da variante ômicron do coronavírus, medida adotada pela maioria das capitais do país e que acrescenta dúvidas sobre a realização do famoso Carnaval carioca.
Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do réveillon do Rio", anunciou o prefeito Eduardo Paes no Twitter.
Paes acrescentou que tomou a decisão com "tristeza", enfatizando que "infelizmente não temos como organizar uma festa dessa dimensão, em que temos muitos gastos e logística envolvidos, sem o mínimo de tempo para preparação".
Os tradicionais shows e queima de fogos de artifício atraem milhões de pessoas à praia de Copacabana.
Por enquanto, já são seis casos confirmados no Brasil da nova variante do coronavírus, três em São Paulo, dois em Brasília e um em Porto Alegre.
"Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode.
Na quinta-feira, Paes ampliou a exigência do passaporte de saúde para outros setores, acrescentando a obrigatoriedade de ingresso em salões de beleza, restaurantes, bares e hotéis.
Embora não haja fogos de artifício na praia de Copacabana, "a cidade continua mágica, incrível, receptiva, linda, maravilhosa. Os turistas vacinados serão muito bem-vindos", disse Paes posteriormente em entrevista coletiva.
Na sexta-feira foi São Paulo, a cidade mais populosa do Brasil, que suspendeu as comemorações que reúnem dois milhões de pessoas na Avenida Paulista.
No total, vinte capitais (em 27), entre elas Brasília e Salvador, tomaram a mesma decisão, o que acarreta grandes perdas econômicas.
- "Tomara que não precise cancelar o Carnaval"-Como os casos da variante ômicron se multiplicam no mundo e as principais cidades brasileiras anunciam medidas preventivas, há dúvidas sobre a realização do Carnaval, principalmente o do Rio de Janeiro.
"Faltam três meses para o Carnaval (...) Eu sigo a ciência sempre. Tomara que não precise cancelar o Carnaval", declarou Paes na entrevista coletiva.
O prefeito passou semanas condicionando a realização desta festa, entre 25 de fevereiro e 1º de março, à situação epidemiológica do Brasil, que melhorou substancialmente nos últimos meses junto com o avanço da vacinação (63% dos 213 milhões de brasileiros estão totalmente vacinados.)
Até que seja dito o contrário, as escolas de samba do Rio de Janeiro continuam seus ensaios e a elaboração de milhares de fantasias, máscaras e os característicos carros alegóricos gigantes que no ano passado foram suspensos por conta do coronavírus.
O comitê científico dos nove estados nordestinos recomendou nesta sexta-feira que não se realizem as festas carnavalescas da região, entre elas as de Salvador, Recife e Olinda.
Devido à ômicron, o Brasil fechou suas fronteiras aéreas na segunda-feira para seis países africanos (África do Sul, Botswana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue).
O Brasil registrou mais de 615 mil mortes desde o início da pandemia, o segundo país com mais mortes em números absolutos depois dos Estados Unidos.
jm/mr/jc
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