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Aumento da pirataria gera custos significativos para países da África, diz ONU

07/12/2021 22h16

Nações Unidas, Estados Unidos, 8 dez 2021 (AFP) - O aumento da pirataria marítima no Golfo da Guiné, na costa oeste da África, gera custos significativos para os países costeiros, além de representar uma ameaça para as companhias estrangeiras de navios e cargas, indicou um relatório da ONU divulgado nesta terça-feira (7).

Na região foram registrados 106 incidentes em 2020, com 623 marinheiros afetados por sequestros, segundo o relatório "Piratas no Golfo da Guiné: uma análise de custos para países costeiros".

O documento, elaborado em conjunto com o grupo investigativo Stable Seas (Marés Estáveis), destaca que a maior parte dos custos diretos dos sequestros e capturas de navios seriam assumidos por estrangeiros, com cerca de 5 milhões de dólares pagos no ano passado pelo resgate principalmente de tripulantes não africanos das embarcações.

No entanto, destaca que países com costa para o Golfo da Guiné pagariam muito mais do que isso para lidar com o crescimento da pirataria, devido ao aumento das patrulhas, das missões de resgate e dos custos maiores de segurança nos portos.

O relatório estima que estes custos poderiam superar o 1,9 bilhão de dólares ao ano, desviando recursos importantes de outras necessidades cruciais.

"Após considerar os danos financeiros indiretos e os custos de oportunidade, torna-se evidente que as nações do Golfo da Guiné são as que mais se beneficiam de uma redução da pirataria e do roubo armado na região", diz o informe.

A "frequência e a violência" dos ataques de piratas impacta o investimento estrangeiro, ao mesmo tempo em que debilita o controle estatal das zonas costeiras e marítimas, além de aterrorizar as comunidades pesqueiras.

A ONU publicou o informe quase duas semanas depois de uma patrulha naval dinamarquesa matar quatro piratas em uma troca de tiros em frente à costa nigeriana.

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