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OMS pede mais proteção para crianças, as mais afetadas pela nova onda da pandemia

07/12/2021 09h18

Copenhague, Dinamarca, 7 dez 2021 (AFP) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira (7) maior proteção para as crianças, a faixa etária mais afetada pela nova onda da pandemia de covid-19 na Europa, e afirmou que a vacinação obrigatória deve ser o "último recurso".

No Velho Continente, onde a OMS disse temer 500.000 mortes adicionais até a primavera (outono no Brasil), mais de 120.000 pessoas morreram de covid-19 desde que este alerta foi emitido no mês passado.

Com a aproximação das festas de final de ano - sinônimo de reuniões familiares e muitas viagens - o número de vítimas está evoluindo para um "patamar elevado" de mais de 4.000 mortes por dia, segundo a organização.

De acordo com a OMS, os casos aumentam atualmente em todas as faixas etárias, "com as taxas mais elevadas observadas atualmente entre 5 e 14 anos".

Para evitar fechamentos de escolas e o ensino à distância, o departamento europeu da OMS recomenda o aumento dos testes de diagnóstico nos colégios e a análise da vacinação dos alunos, uma medida que foi aprovada por várias agências sanitárias em todo o mundo.

"O uso de máscaras e a ventilação, assim como testes regulares, deveriam ser a norma em todas as escolas do ensino básico, e a vacinação de crianças deveria ser debatida e considerada a nível nacional, com o objetivo de proteger as escolas", afirmou o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, em uma entrevista coletiva virtual.

Sobre a vacinação obrigatória, decidida ou prevista por alguns países, deve continuar sendo um "último recurso absoluto, somente quando todas as opções possíveis para aumentar a taxa de vacinação tiverem sido esgotadas", segundo a OMS Europa.

Na segunda-feira, um estudo do Banco Mundial e de várias instituições internacionais alertou para o impacto ainda mais pesado do que o esperado da pandemia na educação e no futuro das crianças em todo o mundo.

De acordo com o estudo, a geração de jovens atualmente na escola corre o risco de perder quase US$ 17 trilhões de renda ao longo da vida como resultado do fechamento de escolas devido à pandemia.

Sem fornecer novas avaliações científicas, a OMS mais uma vez expressou sua preocupação com a nova variante ômicron, pedindo que as autoridades não esperem até que ela seja dominante para agir.

"A ômicron está à vista e em ascensão e temos razão em estarmos preocupados e cautelosos. Mas o problema agora é a delta e o nosso sucesso contra a delta hoje será a vitória contra a ômicron amanhã", antes que os casos aumentem enormemente.

A Noruega, que deve anunciar novas medidas contra a epidemia nesta terça-feira à noite, disse esperar que a nova variante, detectada pela primeira vez na África do Sul, se torne predominante no país nórdico "o mais tardar em janeiro".

De acordo com o último balando do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), 212 casos foram confirmados com certeza nos 27 países da UE até o meio-dia de segunda-feira.

A agência de saúde da União Europeia responsável pelas epidemias espera que a variante ômicron se torne predominante na Europa "nos próximos meses".

Vários países foram adicionados à lista de nações afetadas nos últimos dias, com os primeiros casos relatados na Argentina e nas Ilhas Fiji.

A possibilidade de novas restrições às viagens também está de volta. As autoridades americanas pediram aos seus cidadãos na segunda-feira que evitem visitar uma dezena de países, incluindo França e Portugal, que estão entre os mais vacinados da Europa.

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