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EUA determinará em breve se Irã está disposto a negociar acordo nuclear 'de boa fé'

08/12/2021 19h09

Washington, 8 dez 2021 (AFP) - Os Estados Unidos estimaram na quarta-feira, às vésperas da retomada das negociações para salvar o acordo nuclear iraniano, que determinarão em breve se o Irã está pronto para conversar "de boa fé", e alertou que o caminho para negociar está ficando "muito curto".

A União Europeia, coordenadora das conversas indiretas entre Washington e Teerã, confirmou que retomará o diálogo nesta quinta-feira em Viena, após uma pausa de alguns dias.

O enviado dos Estados Unidos, Rob Malley, "participará das discussões no fim de semana", informou a jornalistas o porta-voz diplomático dos Estados Unidos, Ned Price.

As negociações, iniciadas em abril, foram suspensas em junho devido à eleição de um novo presidente iraniano e retomadas na semana passada.

Após uma semana de negociações, tanto americanos quanto europeus acusaram os iranianos de voltar atrás em relação ao acordado na primavera. Washington avisou que não deixará Teerã bloquear as negociações por muito tempo enquanto o país persa desenvolve seu programa atômico, mas ainda não apresentou um ultimato.

Consequentemente, os próximos dias parecem um esforço diplomático que representa uma última chance, antes de um fracasso que parece cada vez mais possível.

"Devemos saber muito em breve se os iranianos voltarão para negociar de boa fé", disse Price. "Não acho que vocês terão que esperar muito entre a retomada desta sessão e o momento em que os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros poderão dizer se os iranianos voltaram dispostos a negociar de uma forma significativa".

No entanto, seguindo a fórmula do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, Price alertou que "o caminho está se tornando muito, muito curto para negociações".

"Nem sempre será do nosso interesse voltar para buscar uma retomada" do acordo, frisou.

O acordo foi firmado em Viena em 14 de julho de 2015 entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) mais a Alemanha.

Mas o pacto está moribundo desde a retirada unilateral de Washington em 2018 pelo presidente Donald Trump, que restaurou as sanções econômicas contra Teerã. Em retaliação, o Irã descumpriu progressivamente seus compromissos.

Segundo o Irã, seu programa nuclear é pacífico.

Biden disse querer voltar ao acordo com a condição de que Teerã também retome seus compromissos, mas as negociações estão travadas, especialmente no que diz respeito às sanções que Washington aceita levantar e às garantias que a República Islâmica exige.

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