Biden falará com o presidente ucraniano em meio a tensões com a Rússia
Washington, 9 dez 2021 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve conversar por telefone nesta quinta-feira (9) com seu colega ucraniano Volodimir Zelensky, após alertar Vladimir Putin sobre sanções como "nunca vistas" se tropas russas atacarem a Ucrânia.
"Deixei bem claro que, se invadir a Ucrânia, haverá consequências, graves consequências, consequências econômicas como nunca se viu antes", declarou Biden na quarta-feira, um dia após uma reunião de duas horas com o presidente russo, que considerou que Moscou tem "o direito" de se defender.
Embora Biden tenha descartado por enquanto o envio de tropas americanas, uma vez que Kiev não é membro da Otan, a pressão diplomática se acentua sobre o Kremlin, acusado de posicionar dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia.
Após a conversa com Zelensky, Biden discutirá a crise regional com os dirigentes do "grupo dos nove de Bucareste", que reúne países do Leste Europeu membros da Otan, entre os quais Polônia, Hungria e Países Bálticos.
Na quarta-feira, Kiev recebeu o apoio do novo chanceler alemão, Olaf Scholz, que ameaçou com possíveis "consequências" o gasoduto Nord Stream II - que conecta a Rússia com a Alemanha - se as tropas de Moscou invadirem a Ucrânia.
"Nossa posição é muito clara, queremos que todos respeitem a inviolabilidade das fronteiras. Todos devem entender que, em caso contrário, teria consequências", declarou em sua primeira entrevista após assumir o poder.
A Casa Branca não informou se Biden mencionou essa via de pressão a Putin, mas o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, insistiu nessa opção como "absolutamente prioritária".
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, concordaram na quarta-feira "sobre a necessidade de impor sanções rápidas e severas à Rússia" caso a escalada militar se intensifique.
Reino Unido e França também se juntaram ao coro de vozes europeias exortando contenção.
A Rússia, que anexou a península da Crimeia em 2014, nega qualquer intenção bélica, mas se opõe à adesão de Kiev á Otan.
Putin afirmou na quarta que a Rússia tem o "direito de defender sua segurança", estimando que permitir que a Otan se aproxime de suas fronteiras sem reagir seria "criminoso".
A Ucrânia luta contra os separatistas russos nas regiões de Luhansk e Donetsk desde 2014, em um conflito iniciado pouco depois de Moscou ter ocupado a Crimeia.
Kiev e seus aliados ocidentais acusam o Kremlin de apoiar os separatistas militar, financeira e politicamente, o que Moscou nega. O conflito custou mais de 13.000 vidas.
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