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24 jornalistas foram assassinados em 2021, diz comitê

Em números absolutos, a Índia foi o país mais perigoso para o exercício da profissão, com quatro jornalistas assassinados - iStock
Em números absolutos, a Índia foi o país mais perigoso para o exercício da profissão, com quatro jornalistas assassinados Imagem: iStock

Em Nova York

09/12/2021 07h56

A China continua sendo o país com mais jornalistas detidos, enquanto Índia e México bateram recordes de repórteres assassinados, afirma o relatório do CPJ (Comitê de Proteção dos Jornalistas), que destaca o agravamento do cenário da liberdade de imprensa no mundo.

Vinte e quatro jornalistas foram assassinados em 2021, de acordo com os dados do CPJ, que ainda investiga outros casos, em particular no México.

Em números absolutos, a Índia foi o país mais perigoso para o exercício da profissão, com quatro jornalistas assassinados por seu trabalho e outro que faleceu durante um protesto.

Mas o México pode assumir a liderança no triste ranking caso sejam confirmados os seis casos que estão sob investigação, que seriam adicionados aos três confirmados.

A crescente intolerância e a perseguição contra o jornalismo independente provocaram a detenção de 193 profissionais da imprensa, afirma o CPJ, que cita a China, que se prepara para receber os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim-2022, como o país com mais detidos.

Com 50 jornalistas presos, a China é a primeira na lista, que tem ainda Mianmar (26), Egito (25), Vietnã (23), Belarus (19), além de Turquia, Eritreia, Arábia Saudita, Rússia e Irã.

A organização afirma que Hong Kong entrou pela primeira vez para a lista, com a detenção, entre outros, do fundador do jornal Apple Daily, Jimmy Lai, que este ano recebeu o prêmio de liberdade de imprensa Gwen Ifill, concedido pelo CPJ.

E o número continua aumentando. A Etiópia, em plena guerra civil, se tornou um dos países com mais jornalistas detidos na África Subsaariana, atrás apenas da Eritreia.

"Prender jornalistas por informar é a marca de um regime autoritário", afirmou o diretor do CPJ, Joel Simon.

"Este é o sexto ano consecutivo que o CPJ documenta um número recorde de jornalistas detidos no mundo", o que reflete, para Simon, dois fatos inquestionáveis: que os "governos estão determinados a controlar e dirigir a informação e que fazem isso de maneira cada vez mais flagrante".

A deterioração é generalizada. Na Europa, Belarus, que desviou um voo comercial para prender o jornalista Raman Pratasevich, tem 19 repórteres detidos, o maior número desde que o CPJ começou a coletar dados em 1992.

Na América Latina, Cuba tem três, a Nicarágua dois e o Brasil um.

Na Cúpula pela Democracia convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao menos sete países convidados figuram da lista do CPJ de violadores da liberdade de imprensa.

E muitos têm um histórico de impunidade, como Brasil, Índia, Iraque e Filipinas, onde as autoridades continuam perseguindo jornalistas independentes, como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, Maria Ressa, recorda a organização.