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Emirados ameaçam 'responder' ataque com drone reivindicado por huthis do Iêmen

17/01/2022 16h02

Abu Dhabi, 17 Jan 2022 (AFP) - Os Emirados Árabes Unidos ameaçaram adotar represálias depois que um ataque realizado com um drone nesta segunda-feira (17), reivindicado pelos rebeldes huthis do Iêmen, atingiu instalações de fornecimento de petróleo de Abu Dhabi, matando três pessoas.

Os Emirados Árabes Unidos fazem parte da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que apoia o governo iemenita contra os rebeldes huthis, que atacaram várias vezes a Arábia Saudita com drones.

"Condenamos o ataque de hoje da milícia terrorista dos huthis contra áreas civis e instalações no território dos Emirados Árabes Unidos (...), este ataque infame não ficará impune", declarou o ministro das Relações Exteriores, citado pela agência oficial de notícias WAM.

A explosão dos três caminhões-tanque ocorreu "perto dos tanques de armazenamento da ADNOC", a companhia petrolífera de Abu Dhabi, e resultou na morte de um paquistanês e de dois indianos, segundo a agência oficial WAM, que também informou sobre "seis feridos".

Um "incêndio menor" também foi registrado na "nova área de construção do Aeroporto Internacional de Abu Dhabi", sem que as autoridades tenham reportado vítimas.

A explosão e o incêndio foram "provavelmente" causados por "drones", informou a WAM, citando a polícia de Abu Dhabi, que iniciou uma "extensa investigação".

Os rebeldes iemenitas reivindicaram o ataque, segundo seu porta-voz. Mais cedo, Abdul Ilah Hajar, conselheiro do presidente do Conselho Político Supremo dos huthis, em Sanaa, também afirmou que o ataque foi uma advertência dos insurgentes.

"Enviamos uma mensagem clara de advertência ao atingir lugares que não são de grande importância estratégica", disse o responsável à AFP.

"Mas é uma advertência: se os Emirados Árabes Unidos persistirem em sua hostilidade com o Iêmen, no futuro não serão capazes de suportar os próximos ataques".

Os Emirados são membros da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita que opera no Iêmen desde 2015 para apoiar as forças do governo contra os huthis, insurgentes apoiados pelo Irã.

Depois de um primeiro afastamento, recentemente retornaram ao campo no Iêmen, apoiando notavelmente a brigada "Gigantes" que "libertou" territórios tomados pelos rebeldes.

O conflito no Iêmen se intensificou nas últimas semanas com um aumento nos ataques da coalizão e ofensivas terrestres das forças que apoiam.

Por sua vez, os rebeldes aumentaram os ataques com mísseis e drones contra o território saudita.

A Arábia Saudita, Bahrein, Catar e a Organização para a Cooperação Islâmica condenaram o ataque "terrorista". Oito drones huthis que apontavam para a Arábia Saudita também foram interceptados, informou a coalizão.

O Iraque também condenou o ataque, assim como o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

- "Drones lançados de Saná" -Apresentando-se como um refúgio de paz na conturbada região do Oriente Médio, os Emirados nunca haviam sido vítimas de um ataque dos huthis.

A coalizão disse nesta segunda-feira que notou um aumento de "drones carregados com bombas lançados pelos huthis do Aeroporto Internacional de Saná", segundo a agência oficial de imprensa saudita SPA.

Desde que tomaram a capital Sanaa em 2014, os rebeldes conseguiram tomar grandes áreas do território iemenita, principalmente no norte.

A intervenção dos Emirados Árabes Unidos havia até recentemente se concentrado no sul do Iêmen.

Em 3 de janeiro, os rebeldes apreenderam o barco "Rwabee" com bandeira dos Emirados, no porto de Hodeida, no oeste do Iêmen, alegando que transportava equipamento militar.

Abu Dhabi, que garante que o barco transportava equipamentos para um hospital iemenita, denunciou uma "escalada perigosa" no Mar Vermelho.

Esse ato de "pirataria", segundo a coalizão, ocorreu quando a brigada "Gigantes" enfrentava os rebeldes na região de Chabwa.

Na semana passada, essas forças permitiram que o governo retomasse essa província rica em petróleo depois de duros combates contra os huthis.

O Irã, que mantém relações difíceis com os Emirados, é o único país que apoia abertamente os rebeldes, mas nega o fornecimento de armas, o que a Arábia Saudita e os Estados Unidos acusam.

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