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Polícia israelense desiste da tentativa de desalojar família palestina de sua casa

18/01/2022 15h50

Jerusalém, 18 Jan 2022 (AFP) - A polícia israelense desistiu nesta terça-feira (18) de sua tentativa de expulsar uma família palestina de sua casa em um conturbado distrito de Jerusalém oriental, informou a família, que ameaçava se imolar no local.

Nesta terça, a polícia enviada para expulsá-los foi retirada do local, mas os filhos da família Salhiya permanecem no telhado da casa com botijões de gás, informou à AFP seu pai, Mahmud.

Segundo ele, não foi alcançado nenhum acordo ou entendimento, mas os advogados da família enviaram um pedido à Suprema Corte nesta terça para que cancele a ordem de expulsão.

Em um comunicado enviado nesta terça-feira à AFP, a prefeitura de Jerusalém destacou que a família Salhiya teve muitas oportunidades para sair de casa, agora considerada ilegal, e a cidade pensa em enviar o tema para a corte distrital para que haja uma decisão judicial.

A família era ameaçada com este despejo desde 2017 deste local no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém oriental, onde as autoridades esperavam construir uma escola.

As forças de segurança e a prefeitura de Jerusalém informaram em um comunicado conjunto que tinham ido ao local para fazer cumprir a ordem de despejo.

Centenas de palestinos enfrentam ordens de expulsão de suas casas em Sheikh Jarrah e outros bairros do leste de Jerusalém. As circunstâncias que cercam cada ameaça de expulsão variam segundo o caso.

Os palestinos dizem que suas casas foram compradas ilegalmente das autoridades jordanianas que controlam Jerusalém oriental entre 1948 e 1967.

Israel tomou Jerusalém oriental na guerra dos seis dias, em 1967, e em seguida o anexou em uma ação não reconhecida pela comunidade internacional.

Mais de 200.000 colonos judeus se mudaram para o local, provocando tensões com os palestinos, que consideram Jerusalém oriental a capital de seu futuro Estado.

Mais de 300.000 palestinos e 210.000 israelenses vivem hoje em Jerusalém oriental, estes últimos em colônias ilegais, segundo o direito internacional.

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