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China repatriou 10.000 cidadãos à força, diz ONG

O presidente da China, Xi Jinping, em cerimônia no Monumento aos Heróis do Povo na Praça da Paz Celestial - Carlos Rawlins/Reuters
O presidente da China, Xi Jinping, em cerimônia no Monumento aos Heróis do Povo na Praça da Paz Celestial Imagem: Carlos Rawlins/Reuters

19/01/2022 07h37Atualizada em 19/01/2022 07h55

Pequim, 19 Jan 2022 (AFP) - Desde 2014, a China fez quase 10.000 de seus cidadãos residentes no exterior voltarem à força para seu país, usando métodos coercitivos fora do sistema legal - denuncia o relatório da ONG Safeguard Defenders.

A organização afirma que este número pode ser apenas "a ponta do iceberg". Alerta ainda que a China está ampliando seu poder no exterior e adotando operações ilegais.

Oficialmente, a China afirma que estas pessoas são alvo da estratégia anticorrupção promovida pelo presidente Xi Jinping. Esta ONG com sede na Espanha garante, no entanto, que entre elas há pessoas críticas ao governo, cujas famílias são perseguidas e detidas para forçar seu retorno.

O relatório observa que estes indivíduos são pressionados a voltar para a China contra sua vontade, por meio de uma combinação de métodos extrajudiciais que incluem sequestro, perseguição e intimidação.

"Com a diáspora chinesa crescendo a um ritmo cada vez mais rápido, porque há cada vez mais pessoas querendo deixar o país (...), Pequim está ainda mais motivada a expandir os poderes de suas forças de segurança no exterior", acrescenta a ONG.

A Safeguard Defenders cita dados oficiais para concluir que quase 10.000 chineses retornaram à força para o país desde 2014. Os números do órgão anticorrupção do governo chinês mostram que 2.500 pessoas foram repatriadas nos últimos dois anos. No passado, a China já foi acusada de realizar sequestros no exterior.

Em 2015, o livreiro de nacionalidade sueca Gui Minhai teria sido sequestrado na Tailândia, antes de reaparecer sob custódia chinesa. Dois anos depois, o empresário milionário Xiao Jianhua desapareceu de um hotel em Hong Kong e agora está detido na China.