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Macron pede 'audácia' para que Europa se torne uma 'potência'

19/01/2022 11h37

Estrasburgo, França, 19 Jan 2022 (AFP) - O presidente da França, Emmanuel Macron, formulou nesta quarta-feira (19) um apelo à "audácia" dos habitantes da União Europeia (UE) para que o bloco se torne "uma potência do futuro".

Em um discurso ao Parlamento Europeu, Macron se expressou a favor de "uma nova ordem de segurança" para o bloco, compartilhada com a Otan e também pediu "um diálogo franco e exigente" com a Rússia.

"Nas próximas semanas devemos tornar realidade uma proposta europeia que construa uma nova ordem de segurança e estabilidade. Devemos construí-la entre europeus, depois compartilhar com nossos aliados no marco da Otan; depois, propor à negociação com a Rússia", expressou o presidente.

"Temos que redescobrir o sentido de unidade, a necessidade da audácia (...). Temos a força, temos os meios", disse Macron, em um dia fortemente influenciado pela campanha eleitoral para as eleições previstas para abril em seu país.

Macron ainda não confirmou oficialmente sua candidatura a um segundo mandato, mas a sessão plenária do Parlamento Europeu se transformou em uma tribuna que exigia constantes apelos à ordem.

Desde sua eleição em 2017, Macron se apresentou como o líder dos europeístas.

- Estado de Direito -Nesta quarta-feira, o presidente afirmou que "nem o retorno ao nacionalismo nem a dissolução das nossas identidades serão respostas a este mundo que está por vir".

Ao apresentar as prioridades da França na presidência rotativa do Conselho Europeu, Macron destacou a urgência de defender a vigência do Estado de Direito no bloco.

De acordo com Macron, esse Estado de Direito "é o nosso tesouro".

Para fortalecer esse Estado de Direito, sugeriu uma atualização da Carta dos Direitos Fundamentais da UE, para que seja mais explícita sobre a proteção ao meio ambiente e o direito ao aborto.

A nova presidente do Parlamento Europeu, a conservadora maltesa Roberta Metsola, eleita na terça-feira, é abertamente contra a interrupção da gravidez.

"Abrimos este debate falando livremente com nossos concidadãos e demos um novo impulso ao nosso Estado de Direito, tornando a Europa ainda mais forte", disse Macron.

- Campanha chega ao plenário -O líder do majoritário bloco conservador no Parlamento Europeu, Manfred Webber, afirmou que "a Europa estará em boas mãos nos próximos seis meses", mas alertou que "precisamos de ações concretas".

Já a líder da bancada dos social-democratas, a espanhola Iratxe García, alertou que a gestão da França à frente do Conselho Europeu neste primeiro semestre entrará para a história "graças a tudo o que podemos alcançar juntos".

No entanto, o debate ficou áspero depois que o eurodeputado ambientalista francês Yannick Jadot, pré-candidato presidencial na França, pronunciou um discurso incendiário em críticas a Macron.

"Entrará para a história como o presidente da inação climática, prefere adiar" as ações, disse, promovendo a primeira das inúmeras intervenções de Metsola para pedir atenção e impor a ordem.

Metsola lembrou aos legisladores "que isso é um debate nacional, então discutimos as prioridades da presidência francesa e a nossa instituição deve ser respeitada".

Outro deputado francês, Jordar Bardella, da extrema-direita, promoveu um discurso crítico à política migratória europeia.

A legisladora francesa de esquerda Manon Aubry, por sua vez, disse que existia "o doutor Macron, que faz muitas promessas, e o senhor Macron, que não se importa com a emergência climática".

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