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Alguns moradores retornam ao último vilarejo deserto de Fukushima

20/01/2022 07h19

Tóquio, 20 Jan 2022 (AFP) - Cinco ex-moradores da última localidade despovoada perto da usina nuclear de Fukushima, no Japão, voltaram nesta quinta-feira (20) a viver no local, pela primeira vez desde o desastre de 2011.

A televisão japonesa exibiu imagens mostrando os retornados inspecionando edifícios em Futaba e um deles testando o cano de água na frente de sua casa.

"Está saindo! É a primeira vez em 10 anos e 11 meses que sai água", exclamou.

Após uma extensa campanha de descontaminação, várias áreas ao redor da usina localizada no nordeste do Japão foram declaradas seguras depois que um grande terremoto e tsunami provocaram um vazamento nuclear.

Futaba, cuja população de cerca de 5.600 habitantes teve que fugir por medo da radiação, era o único município ainda deserto na região de Fukushima.

As restrições foram suspensas em uma pequena parte da cidade em março de 2020, e o governo abrirá outras áreas nos próximos meses.

Uma autoridade local disse à AFP que cinco pessoas de quatro casas voltaram a viver em Futaba em caráter experimental, de um grupo de 15 pessoas que se candidataram ao plano de repovoamento permanente da cidade.

O grupo já havia visitado Futuba, mas nesta quinta-feira foi a primeira vez que o fizeram com a intenção de passar a noite.

Eles poderão viver em suas casas em caráter experimental pelo menos até junho, quando outras áreas serão abertas e sua residência se tornará permanente, explicou o funcionário.

O plano "procura garantir que os moradores possam viver sem problemas, por exemplo, verificando se os esgotos funcionam bem e se há instalações para apoiar a vida cotidiana", disse à AFP um funcionário de apoio aos moradores de Fukushima.

Mais de 18.400 pessoas morreram ou estão desaparecidas após o terremoto de magnitude 9, seguido por um tsunami em 11 de março de 2011, que causou o desastre nuclear na usina de Fukushima Daiichi.

Alguns moradores evacuados não quiseram retornar apesar da descontaminação, com medo de que alguma radiação permaneça ou porque se estabeleceram em outros lugares.

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