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Peru proíbe navio envolvido em vazamento de petróleo de zarpar

20.jan.2022 - Equipes de limpeza trabalham para remover óleo de uma praia anexa à cidade turística de Ancon, no norte de Lima, no Peru, após um vazamento ocorrido durante o processo de descarga do navio-tanque de bandeira italiana - Cris BOURONCLE / AFP
20.jan.2022 - Equipes de limpeza trabalham para remover óleo de uma praia anexa à cidade turística de Ancon, no norte de Lima, no Peru, após um vazamento ocorrido durante o processo de descarga do navio-tanque de bandeira italiana Imagem: Cris BOURONCLE / AFP

Da AFP

21/01/2022 09h50Atualizada em 21/01/2022 10h36

O Peru proibiu, na quinta-feira (20), a saída do cargueiro de bandeira italiana "Mare Dorium", envolvido no vazamento de cerca de 6 mil barris de petróleo na costa central do país, atribuído às ondas causadas pela erupção vulcânica em Tonga.

"Algumas medidas foram implementadas, por exemplo, o impedimento de zarpar para o navio que esteve envolvido neste fato, ou seja, neste momento há um impedimento par que este navio possa se mover", disse em entrevista coletiva a chefe de gabinete, Mirtha Vásquez.

"Estamos solicitando como medida uma carta de garantia, caso este navio queira zarpar, por 150 milhões de soles (cerca de 38 milhões de dólares)", acrescentou.

O governo peruano anunciou na quinta-feira que iria recrutar voluntários para limpar as praias afetadas pelo vazamento.

"Pedimos a todas as pessoas que quiserem colaborar de forma voluntária que entrem em contato com o Ministério do Meio Ambiente, o qual irá organizar as equipes de voluntários para que intervenham com segurança", disse Mirtha Vásquez.

Vásequez também anunciou que uma equipe de especialistas das Nações Unidas chegará ao Peru para assessorar o governo peruano, nas medidas necessárias para enfrentar o vazamento de petróleo.

"Hoje alcançamos um acordo muito importante com o Escritório de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, que está enviando uma equipe de especialistas em desastres ambientais para assumir um trabalho de assessoramento gratuito ao Estado peruano", indicou.

O presidente do país, Pedro Castillo, ressaltou que o governo irá liderar as ações para reduzir os danos causados pelo vazamento nas praias dos distritos costeiros de Ventanilla, na província de Callao, Santa Rosa e Ancón, que descreveu como o "desastre ambiental mais preocupante registrado na costa peruana nos últimos tempos".

O derramamento ocorreu no sábado na Refinaria La Lampilla, localizada em Ventanilla.

Segundo a empresa, o acidente aconteceu durante o processo de descarga do navio-tanque "Mare Dorium", de bandeira italiana.

O Peru exigiu à Repsol "ressarcir" os danos pelo vazamento dos 6.000 barris de petróleo, atribuído pela empresa às ondas causadas pela erupção vulcânica em Tonga.

O Ministério do Meio Ambiente confirmou que foram afetados mais de 174 hectares (equivalentes a cerca de 270 campos de futebol) na faixa da praia-litoral e 118 de superfície no mar.

Pelas correntes marinhas, o petróleo se espalhou para as praias dos distritos de Ancón, Santa Rosa e Chancay, onde foram encontrados aves, leões marinhos e pinguins mortos.

La Pampilla tem uma capacidade de processamento de 177.000 barris diários, mais da metade do volume total de refinamento do Peru, segundo a empresa de petróleo espanhola.