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Rio de Janeiro adia desfiles das escolas de samba para abril por causa da pandemia

21/01/2022 21h06

Rio de Janeiro, 22 Jan 2022 (AFP) - Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, programados para o final de fevereiro, foram adiados para abril devido à nova onda de infecções por covid-19 no país, informaram as autoridades nesta sexta-feira (21).

Em nota conjunta, as prefeituras de Rio e São Paulo anunciaram que, "sob a orientação de seus secretários de Saúde, optaram por adiar a realização dos desfiles das Escolas de Samba para o fim de semana do feriado de Tiradentes", em abril, "em respeito ao atual quadro da pandemia de covid-19 no Brasil e a necessidade de, neste momento, preservar vidas".

A decisão de adiar os famosos desfiles no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, que atraem turistas de todo o Brasil e do mundo, e de São Paulo foi anunciada após uma reunião virtual entre os prefeitos, seus secretários de Saúde e os representantes das escolas de samba dos dois estados.

Em meio a um avanço da variante ômicron e após os feriados de fim de ano, o Brasil bateu seu recorde diário de infecções nesta semana, com 204.854 casos registrados em um único dia, e já tem mais de 622 mil mortes pelo coronavírus.

"É um adiamento necessário e a gente vai ter muito mais segurança ao realizar o carnaval no final do mês de abril", declarou o secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz.

"Acompanhando a curva [de infecções] de todos os outros países, é muito difícil que a variante ômicron avance até lá" no Brasil, completou.

A nova data prevista para os desfiles das escolas de samba é o feriado prolongado de Tiradentes, que começa em 21 de abril.

- Um carnaval sem preocupação -As ligas das escolas de samba do Rio e de São Paulo apoiaram a decisão das autoridades.

"É uma atitude acertada, tem todo o apoio da Liga e das escolas e esperamos que dia 21 de abril poderemos fazer um desfile de alegria, de calor humano. Não queremos forças um desfile enquanto houver preocupação", declarou Sidnei Carriuolo Antonio, presidente da Liga de São Paulo.

O carnaval de rua nas duas principais cidades do Brasil, que leva multidões de pessoas atrás dos blocos, já havia sido cancelado no início do mês devido à situação sanitária, e no momento não há nova data prevista.

As escolas de samba, que contam com até 4.000 integrantes cada, passam meses preparando seus desfiles coloridos, com carros alegóricos sofisticados, milhares de figurinos feitos à mão e um exército de dançarinos e músicos que ensaiam por meses para se exibir perante os júris do Sambódromo.

As medidas sanitárias que serão exigidas para entrar no local ainda não foram divulgadas, mas por se tratar de um ambiente mais controlado, como estádios de futebol, as autoridades poderiam solicitar comprovante de vacinação ou outros protocolos.

O Brasil vacinou quase 70% de seus 213 milhões de habitantes com duas doses anticovid.

mel/val/am