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Tensão entre Etiópia e diretor-geral da OMS aumenta

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, durante entrevista coletiva em Genebra; governo da Etiópia fez fortes críticas a ele -
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, durante entrevista coletiva em Genebra; governo da Etiópia fez fortes críticas a ele

24/01/2022 14h01

As tensões entre Etiópia e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, natural da região do Tigré, se acentuaram nesta segunda-feira (24) durante uma reunião dessa agência da ONU.

A Etiópia voltou a criticar fortemente o chefe da OMS, após ter denunciado, em meados de janeiro, as opiniões de Tedros sobre a situação humanitária no Tigré, uma região que está há mais de um ano.

O embaixador etíope na ONU Zenebe Kebede foi interrompido duas vezes pelo presidente da reunião, que não permitiu que terminasse seu discurso, explicando que ali não era o lugar de falar sobre esse assunto.

"Queremos expressar nossa preocupação. Meu país, Etiópia, teve a grande honra de propor" em 2017 Tedros Tedros Adhanom Ghebreyesus para que fosse nomeado à frente da OMS em 2017, declarou Kebede, que o acusou de se aproveitar de "seu cargo para promover seus interesses políticos pessoais em detrimento dos interesses da Etiópia".

Tedros criticou várias vezes a situação humanitária no Tigré. O conflito nessa região do norte da Etiópia causou milhares de mortes, enquanto a região está submetida, segundo a ONU, a um "bloqueio de fato" da ajuda humanitária.

Em 12 de janeiro, o chefe da OMS afirmou que "em nenhum outro lugar do mundo vimos um inferno como no Tigré". Comentários que, segundo o governo etíope, ameaçam a integridade da OMS.

Em meados de janeiro, Adís Abeba pediu à agência da ONU que abra uma investigação por "prevaricação" contra Tedros.