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Coreia do Norte lança dois supostos mísseis de cruzeiro, afirma Seul

25/01/2022 07h59

Seul, 25 Jan 2022 (AFP) - A Coreia do Norte lançou dois supostos mísseis de cruzeiro nesta terça-feira, anunciou a Coreia do Sul, o que aumenta para cinco o número de testes militares executados em um mês, no momento em que Pyongyang ignora as ofertas de diálogo do governo dos Estados Unidos.

A última vez que a Coreia do Norte executou tantos testes de armas em um mês foi em 2019, após o fracasso das negociações de alto nível entre o ex-presidente americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un.

"A Coreia do Norte lançou dois supostos mísseis de cruzeiro", afirmaram os comandantes do Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul em um comunicado, que não apresenta mais detalhes.

Os mísseis de cruzeiro não estão proibidos no atual regime de sanções da ONU e a Coreia do Sul não relata de maneira habitual cada um desses testes em tempo real, como faz com os mísseis balísticos.

O último registro de um teste de mísseis de cruzeiro por Pyongyang aconteceu em setembro de 2021.

A série de lançamentos acontece após um discurso pronunciado em dezembro por Kim Jong Un, no qual prometeu modernizar o arsenal do país.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, impôs no início de janeiro novas sanções, uma medida que Pyongyang considerou uma "provocação" e que poderia responder com a retomada dos testes nucleares e balísticos de longo alcance.

As agências de inteligência dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estão analisando o disparo desta terça-feira.

Pyongyang rejeita as propostas de diálogo de Washington e executou uma série de testes de armamento nas últimas semanas para demonstrar força.

Os disparos desta terça-feira parecem um desafio aberto à proposta de Biden de negociar "sem condições prévias", uma oferta que não resultou em nenhum avanço no último ano.

"A Coreia do Norte parece querer testar a reação de Washington e, ao mesmo tempo, mostrar sua presença no cenário internacional", afirmou à AFP Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos.

Com o lançamento de um míssil de cruzeiro, Pyongyang desafia os Estados Unidos, sem violar as sanções da ONU, destaca o analista.

Os testes acontecem em um período complexo na região: a China, único aliado do regime norte-coreano, receberá os Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro e a Coreia do Sul celebrará eleições presidenciais em março.

Para Ahn Chan-il, um desertor norte-coreano que se tornou um pesquisador, os testes podem ser uma forma de pressionar a China.

"Os Jogos Olímpicos de Pequim não podem ser um festival de paz sem a paz na Península Coreana", disse.

"E a paz na Península Coreana depende da Coreia do Norte", destacou.

Pyongyang, que registrou um agravamento dos problemas econômicos após o fechamento total de suas fronteiras para evitar a propagação da pandemia de covid-19, começou a retomar o comércio com Pequim no início de janeiro.

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