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Brigadas desobstruem acessos de cidade próxima a Machu Picchu após inundações

26/01/2022 16h46

Machu Picchu, Perú, 26 Jan 2022 (AFP) - Brigadas de trabalhadores removiam nesta quarta-feira (26) lama e escombros da linha férrea e das ruas do povoado turístico de Machu Picchu, próximo à joia da cultura inca no Peru, após as inundações causadas pelas chuvas de verão nos Andes.

"Aparentemente, isso levará mais alguns dias, porque após a limpeza, é preciso habilitar uma das pontes para que os turistas e a própria população possam entrar em Machu Picchu", disse à AFP o prefeito da cidade, Darwin Baca.

Quase 900 pessoas foram evacuadas do local, chamado Machu Picchu Pueblo, após as enchentes de sexta-feira, que deixaram um desaparecido e muitas casas destruídas, segundo o Ministério do Turismo.

"Pedimos ao governo regional e ao governo central que nos ajudem com este projeto [de limpeza e recuperação da cidade], porque se sente quando Machu Picchu fecha, porque não é só uma região que vive do turismo, há muitas regiões", afirmou Baca.

Foram afetados pelas fortes chuvas os hoteis e restaurantes que estão na região de Cusco, onde está localizada a cidadela, mas também em Lima e outras cidades, "pois quando Machu Picchu está fechado há um impacto lamentável na economia e no setor de turismo" de todo o país, acrescentou o prefeito.

Machu Picchu Pueblo, que antes era conhecido como Aguas Calientes, fica no meio do Vale Sagrado dos Incas, abaixo da montanha onde se encontra a famosa cidadela de pedra construída no século XV, que não foi afetada pelo fenômeno climático.

Em coordenação com as empresas ferroviárias Inka Rail e Peru Rail, as autoridades removeram 889 turistas desta cidade de 5 mil habitantes para Ollantaytambo, depois de ficarem presos devido ao transbordamento do rio Alcamayo transbordou na sexta-feira, segundo o ministério.

A ferrovia, que foi danificada com as fortes chuvas, é a principal forma de acesso à cidadela inca, à Ollantaytambo (a 32 km) e à cidade de Cusco, antiga capital do império inca (a 72 km).

Devido à destruição, o serviço ferroviário turístico será suspenso até pelo menos esta quinta-feira, informou a Peru Rail.

A cidadela segue aberta, mas não mais de 300 a 400 turistas peruanos e estrangeiros estão entrando por dia, um terço do ano passado, segundo autoridades locais.

Os visitantes chegam após caminhar cerca de 8 km pela chamada "rota amazônica", enquanto a linha férrea entre Ollantaytambo e a cidade permanece inoperante.

Cerca de 447.800 pessoas visitaram a cidadela histórica em 2021, número ainda bem distante dos 1,5 milhão que o destino costumava receber antes da pandemia de covid-19.

A cidadela ficou fechada por quase oito meses em 2020 e Cusco perdeu cerca de 1,4 bilhão de dólares por causa da ausência de turistas.

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