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Abastecimento de água dos EUA é vulnerável a ciberataques, admite funcionário

27/01/2022 14h17

Washington, 27 Jan 2022 (AFP) - As ciberdefesas dos sistemas de abastecimento de água potável dos Estados Unidos são "absolutamente inadequadas" e vulneráveis a ataques de hackers em larga escala de hackers, disse um funcionário de alto escalão do governo americano, nesta quinta-feira (27), pedindo para não ser identificado.

"Há uma resistência inadequada para igualar (as capacidades) do setor criminal", disse o funcionário.

O governo tentou atender a cibersegurança da infraestrutura, mas há limitações pelo fato de a grande maioria destes serviços ser oferecida por empresas privadas.

O tamanho do desafio ficou claro em maio do ano passado, quando um ataque deixou temporariamente fora de serviço o importante oleoduto Colonial Pipeline.

Funcionários que falaram com os repórteres sob condição de anonimato mostraram um plano para que as empresas de água cooperem com o governo para tentar selar as falhas de segurança. Como acontece em outros existentes nos setores elétrico e de gás, o programa é, no entanto, de adesão voluntária.

Outro problema é que existem cerca de 150.000 fornecedores de água diferentes para atender 300 milhões de americanos, segundo o funcionário ouvido pela AFP. Também aumenta a vulnerabilidade o fato de se tratar de sistemas cada vez mais automatizados, com computadores que gerenciam o tratamento, o armazenamento e a distribuição.

"Esses processos, quero destacar, podem ser vulneráveis a ciberataques (...) Estamos particularmente preocupados que se lance um ciberataque para, por exemplo, manipular processos de tratamento e produzir água insegura, ou também para danificar infraestrutura hídrica, ou mesmo parar o fluxo de água", completou esta fonte.

A Casa Branca disse que "ajudará os proprietários e operadores com a implementação de tecnologia que monitorará seus sistemas e fornecerá alertas e consciência situacional quase em tempo real".

"O plano também permitirá compartilhar rapidamente informações relevantes sobre segurança cibernética (...), o que vai melhorar a capacidade do setor para detectar atividades maliciosas".

Esse dispositivo "colaborativo" será lançado nos próximos 100 dias, acrescentou a Casa Branca.

No entanto, destacou a "autoridade limitada" do governo "para estabelecer linhas de base de segurança cibernética para a infraestrutura crítica".

"Administrar este risco requer uma associação com o setor privado e os proprietários e operadoras municipais dessa infraestrutura", afirmou.

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