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Ucrânia celebra continuação de conversas com Rússia em fevereiro

27/01/2022 07h52

Copenhaga, 27 Jan 2022 (AFP) - A continuação das negociações entre Rússia e Ucrânia no início de fevereiro em Berlim é uma "boa notícia" que sugere que Moscou vai privilegiar os canais diplomáticos, pelo menos por enquanto - afirmou o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, nesta quinta-feira (27).

"A boa notícia é que os conselheiros aceitaram se reunir em Berlim em duas semanas, o que significa que, pelo menos nas próximas duas semanas, a Rússia deve permanecer em uma via diplomática", celebrou Kuleba, em entrevista coletiva durante sua visita à Dinamarca.

A "má notícia" é que a reunião de quarta-feira em Paris, entre enviados russos e ucranianos, junto com franceses e alemães, "não mudou nada" na questão de fundo, acrescentou.

Também na véspera, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) entregaram duas cartas aos russos, que exigiam uma resposta por escrito às preocupações de Moscou em matéria de segurança.

Em sua carta, Washington rejeitou a proposta russa de excluir uma eventual entrada da Ucrânia na aliança militar transatlântica.

O ministro ucraniano agradeceu ao governo de Joe Biden por "consultá-los antes e depois de falar com os russos", mas a Ucrânia "não permitirá que ninguém, nem mesmo nossos amigos, nos imponha concessões", frisou Kuleba.

Segundo ele, agora cabe "à Rússia fazer concessões".

O ministro voltou a pedir ajuda para seu país, na forma de armas defensivas e de apoio financeiro.

"Embora eu seja um grande partidário do 'soft power', é hora de usar o 'hard power'", disse ele.

"Uma Ucrânia forte é a melhor medida de dissuasão", insistiu Kuleba, elogiando o compromisso dos dinamarqueses que anunciaram a colocação de quase 80 milhões de euros (90 milhões de dólares) em ajuda para seu país.

"Cada país pode fazer algo, se houver vontade política", afirmou o diplomata ucraniano, criticando os países que "encontram desculpas para não fazer nada".

Nas últimas semanas, Kiev criticou, em especial, a Alemanha por sua relutância a fornecer-lhe armamento.

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