EUA suspendem busca por desaparecidos em naufrágio na costa da Flórida
As autoridades americanas suspenderam na quinta-feira (27) a busca por mais de 30 náufragos que desapareceram na costa da Flórida no sábado, informou a Guarda Costeira em um comunicado.
A instituição encerrou o trabalho de busca às 18h00 (20h00 de Brasília), depois de anunciar durante a manhã a descoberta de cinco cadáveres entre quarta-feira e quinta-feira.
A capitã Jo Ann Burdian, comandante da Guarda Costeira na região de Miami, declarou que tomou a decisão "com muito pesar", depois de levar em consideração as condições meteorológicas, o fato de que os desaparecidos não usavam coletes salva-vidas e o tempo decorrido desde o acidente, afirma o comunicado.
Na terça-feira, um marinheiro mercante alertou as autoridades depois de resgatar um homem agarrado a um barco virado cerca de 70 quilômetros a leste de Fort Pierce Cove, no Atlântico.
O náufrago disse que no sábado deixou as ilhas Bimini, nas Bahamas, com outras 39 pessoas, e que uma tempestade virou seu barco.
A Guarda Costeira "encontrou quatro corpos nas últimas 24 horas" perto do local onde o navio foi encontrado, além da vítima encontrada na quarta-feira, disse Burdian a repórteres.
"Infelizmente, chegamos ao momento mais difícil em qualquer caso de busca e resgate, e é o ponto em que decidimos quando parar de procurar ativamente", lamentou.
No dia anterior, ela já havia dado poucas esperanças quanto à possibilidade de encontrar sobreviventes, dadas as duras condições do mar, especialmente para pessoas que não tinham coletes salva-vidas, comida ou água potável.
As autoridades abriram uma investigação sobre o naufrágio, considerado um possível caso de "tráfico de pessoas".
"O objetivo... é identificar, prender e processar qualquer infrator ou organização criminosa que tenha organizado, facilitado ou lucrado com esse maldito empreendimento", disse o agente especial Anthony Salisbury, do Escritório de Investigações de Segurança Interna (HSI) em Miami.
O papel das Bahamas
Os traficantes de seres humanos usam as Bahamas, um arquipélago na costa da Flórida, como ponto de parada para transportar pessoas, muitas delas de outros países do Caribe, como o Haiti, para os Estados Unidos.
Na terça-feira, a Guarda Costeira dos Estados Unidos interceptou 191 haitianos a bordo de um cargueiro sobrecarregado cerca de 65 quilômetros a sudoeste da ilha Great Inagua, nas Bahamas, informou a instituição em comunicado.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações, cerca de 5.000 imigrantes haitianos trabalham legalmente nas Bahamas, mas entre 20.000 e 50.000 de seus compatriotas estão lá ilegalmente.
As Bahamas, formadas por 700 ilhotas (39 delas habitadas), estão localizadas a 80 km a sudeste da costa da Flórida. O país costuma ser um ponto de trânsito para migrantes que querem chegar aos Estados Unidos, arriscando suas vidas em uma perigosa viagem marítima.
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