Júri começa a definir destino de policiais presentes na morte de George Floyd
Um júri deve começar a definir nesta quarta-feira (23) o destino dos três policiais que permaneceram passivos durante o assassinato em 2020 do afro-americano George Floyd.
Personagens secundários do crime, Tou Thao, Alexander Kueng e Thomas Lane são julgados por um tribunal federal em Saint Paul, norte dos Estados Unidos, por "violação dos direitos civis" de Floyd, morto aos 46 anos.
Os três são acusados de não terem oferecido o apoio necessário a Floyd, que morreu durante sua detenção, apesar de apresentar sinais alarmantes de sofrimento.
"Eles tinham a possibilidade, a autoridade, a oportunidade e os meios"de intervir", denunciou na terça-feira a promotora Manda Sertich em sua acusação final. "Os réus sabiam que estavam fazendo algo errado, mas ainda assim o fizeram".
"Os pedestres agiram mais que os policiais", acrescentou, em referência às testemunhas que tentaram, em vão, intervir para impedir a agonia de Floyd.
A morte filmada do afro-americano, asfixiado sob o joelho de outro policial, Derek Chauvin, provocou grandes manifestações contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos durante de 2020.
"Apenas porque algo tem um final trágico não significa que foi um crime", afirmou o advogado de Thao, Robert Paule.
A defesa insistiu na falta de experiência dos agentes Kueng e Lang, que trabalhavam há poucos dias na área, e na influência de Chauvin no momento.
No dia da morte, os dois novos policiais de Minneapolis foram chamados por um comerciante que suspeitava que Floyd pagou uma compra com uma cédula falsa de 20 dólares.
Mas eles foram alcançados por dois policiais mais experientes, Thao e Chauvin. Este último colocou o joelho na garganta de Floyd, com os dois novos agentes ao lado, enquanto Thao afastava as testemunhas.
Além de não prestar assistência, os agentes Thao e Kueng são acusados por não terem atuado para dissuadir Chauvin de "exercer uma força irracional".
Lane, que sugeriu colocar Floyd de lado, não enfrenta esta acusação.
Os três policiais também serão julgados no estado de Minnesota por "cumplicidade em assassinato" a partir de junho.
Chauvin foi considerado culpado de homicídio e condenado a 22 anos e meio de prisão.
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