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UE debate com urgência novas sanções contra a Rússia

04/04/2022 12h18

Bruxelas, 4 Abr 2022 (AFP) - A União Europeia (UE) começou a debater com "urgência" nesta segunda-feira (4) uma nova rodada de sanções contra a Rússia, após a descoberta de centenas de corpos de civis na região de Kiev, em particular na cidade de Bucha, afirmou o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.

"A União Europeia condena nos termos mais fortes as atrocidades relatadas cometidas pelas Forças Armadas russas em várias cidades ucranianas, que agoram foram libertadas", afirmou Borrell em um comunicado.

O bloco "avançará, em caráter de urgência, no trabalho para novas sanções contra a Rússia", acrescentou o diplomata.

Uma nova série de sanções está sendo debatida entre os 27 membros da UE, mas a unanimidade é necessária para a adoção de penalidades adicionais.

O presidente francês, Emmanuel Macron, falou nesta segunda-feira de sanções individuais e medidas contra "o carvão e o petróleo", mas não mencionou a compra de gás, um tema que divide os países europeus.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também pediu novas sanções no domingo, depois de qualificar de "crimes de guerra" o assassinato de civis em Bucha.

No entanto, a Alemanha continua rejeitando as sanções que visam o setor de gás russo. "Temos que considerar sanções rígidas, mas em curto prazo o fornecimento de gás russo não é substituível" e cortá-lo "nos prejudicaria mais do que à Rússia", disse o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, antes de uma reunião com seus colegas da UE em Luxemburgo nesta segunda-feira.

Lindner não deu mais detalhes sobre a possibilidade de sancionar o setor de carvão e petróleo. A Áustria também não é a favor de sanções ao gás.

"Somos muito dependentes do gás russo na Áustria. As sanções não devem nos afetar mais do que afetam à Rússia", disse o ministro das Finanças austríaco, Magnus Brunner.

Uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE deve ocorrer em 11 de abril em Luxemburgo.

Uma cúpula europeia extraordinária está prevista para "o final de abril, início de maio" sobre o conflito na Ucrânia, a situação econômica e a defesa europeia, informou o gabinete de Josep Borrell.

O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki pediu nesta segunda-feira a criação de uma comissão internacional de inquérito sobre o que chamou de "genocídio" cometido pelo exército russo em cidades ucranianas, incluindo Bucha.

A retirada de Moscou desses locais revelou 410 corpos, segundo o procurador-geral da Ucrânia.

Moscou nega ter matado civis em Bucha e o Ministério da Defesa russo diz que as imagens dos corpos são "uma nova produção do regime de Kiev para a mídia ocidental".

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