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Ex-presidente peruano Kuczynski responderá em liberdade após 36 meses de prisão domiciliar

10/04/2022 17h17

Lima, 10 Abr 2022 (AFP) - O ex-presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski vai recuperar sua liberdade, embora sob restrições, depois que um juiz encerrou a prisão domiciliar que cumpria há 36 meses no pelo escândalo de corrupção da construtora brasileira Odebrecht, informou o Poder Judiciário neste domingo (10).

"O Juiz do Sétimo Juizado de Investigação Preparatória ordenou a alteração da medida coercitiva de prisão domiciliar do réu Pedro Pablo Kuczynski Godard por comparecer com restrições no vencimento de seu mandato, que é 10 de abril de 2022", segundo a decisão judicial consultada pela AFP.

Kuzcynski, de 83 anos, estava em prisão domiciliar em sua casa em Lima desde abril de 2019, enquanto o Ministério Público se preparava para levá-lo a julgamento.

A ordem de prisão domiciliar foi imposta por 36 meses devido ao risco de fuga para o exterior, segundo um argumento apresentado pela acusação.

O juiz Jorge Chávez ordenou também a retirada da custódia policial que lhe foi atribuída e impôs regras de conduta, como não poder sair de Lima sem autorização judicial.

Kuczysnki, um ex-banqueiro de Wall Street, renunciou em março de 2018, na véspera de sua cassação no Congresso pelo escândalo da Odebrecht. Ele havia sido eleito em 2016 para um mandato de cinco anos.

Sempre negou ter vínculo com a construtora, até que esta o desmintiu, dizendo que lhe havia pago por consultorias.

A promotoria também está investigando um suposto crime de lavagem de dinheiro, mas até o momento não conseguiu processá-lo.

O ex-presidente sofre de uma grave arritmia cardíaca e usa marca-passo.

Em 21 de março de 2018, se tornou o primeiro presidente em exercício nas Américas a renunciar devido ao escândalo da Odebrecht.

Kuczynski deixou o cargo depois que a construtora brasileira revelou que contratou dois consultores ligados a ele - Westfield Capital e Firts Capital - para assessorá-la em operações financeiras no Peru, fato que ocultou das autoridades quando chegou ao poder.

Além de Kuczynski, outros três ex-presidentes peruanos estão sendo processados pelo caso Odebrecht, que em 2016 reconheceu ter distribuído dezenas de milhões de dólares em subornos e doações ilegais de campanha no Peru desde o início do século 21.

São eles Ollanta Humala (2011-2016), Alan García (2006-2011) e Alejandro Toledo (2001-2006).

Outra figura política envolvida no escândalo é a líder da oposição e candidata derrotada nas últimas eleições, Keiko Fujimori.

Humala é o único em julgamento, que começou em fevereiro. Toledo está em prisão domiciliar em Palo Alto (Califórnia, Estados Unidos) e sua extradição para o Peru ainda não foi julgada. García se suicidou aos 69 anos no momento em que ia ser preso, em abril de 2019.

ljc/gf/ap

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