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Atentado reivindicado pelo EI contra mesquita xiita deixa 12 mortos no Afeganistão

21/04/2022 11h35

Ao menos 12 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quinta-feira (21) em um atentado do grupo extremista Estado Islâmico (EI) em uma mesquita xiita de Mazar-i-Sharif, cidade do norte do Afeganistão, dois dias após um ataque contra uma escola em um bairro xiita de Cabul.

"Onze pessoas morreram no local e outra faleceu a caminho do hospital, o que elevou o balanço para 12 vítimas fatais", afirmou Ahmad Zia Zindani, porta-vos do Departamento de Saúde da província de Balkh, que tem Mazar-i-Sharif como capital.

O atentado deixou 58 pessoas feridas, 32 em estado grave.

O ataque foi reivindicado pelo EI, em um comunicado divulgado no Telegram. O grupo sunita extremista afirmou que colocou uma "bolsa com explosivos" dentro da mesquita e que o dispositivo foi detonado quando o local estava cheio de fiéis.

Imagens publicadas nas redes sociais, das quais não foi possível comprovar a autenticidade, mostram feridos sendo retirados da mesquita de Seh Dokan e levados para hospitais.

Moradores da área tentavam ajudar as vítimas e equipes de emergência atendiam os sobreviventes do lado de fora da mesquita.

"Parentes das vítimas procuram as vítimas nos hospitais da cidade. Vários moradores tentam doar sangue", afirmou Zindani.

Ao mesmo tempo, na cidade de Kunduz, nordeste do país, quatro pessoas morreram e 18 ficaram feridas na explosão de una bomba colocada em uma bicicleta, que foi detonada na passagem de um veículo que transportavam mecânicos que trabalham para uma unidade militar talibã, informou o porta-voz da polícia provincial, Obaidullah Abedi.

Em Cabul, a explosão de uma bomba feriu duas crianças em uma estrada, segundo a polícia da capital.

Desde o retorno do Talibã ao poder em agosto do ano passado e da retirada das tropas americanas, a segurança melhorou no Afeganistão, após duas décadas de confrontos. Mas alguns ataques são executados com relativa frequência, em particular reivindicados pelo Estado Islâmico-Khorasan (EI-K).

Luta contra o EI-K

Na terça-feira, ao menos seis pessoas morreram e 24 ficaram feridas em duas explosões contra uma escola de meninos em um bairro de Cabul com muitos moradores da minoria xiita hazara. O ataque não foi reivindicado.

A comunidade hazara, que representa entre 10% e 20% da população afegã (de quase 40 milhões de habitantes), é perseguida há muito tempo neste país de maioria sunita.

Em muitas ocasiões foi alvo dos ataques do EI, os considera hereges. Também foram vítimas dos talibãs.

O Talibã tenta minimizar a ameaça do EI-K e luta contra o grupo há anos. O grupo intensificou as operações, especialmente na província de Nangharar (leste), e prendeu centenas de homens acusados de integrar o grupo.

Embora assegurem que o derrotaram, analistas consideram que o grupo extremista continua sendo o principal problema de segurança para o novo regime.

O EI-K é acusado de executar ou reivindicar alguns dos atentados mais violentos dos últimos anos no Afeganistão, como o de maio de 2021 diante de uma escola para meninas em um bairro xiita de Cabul que matou 85 pessoas.

Também existe a suspeita de que o EI está por trás do atentado contra uma maternidade de Cabul, em maio de 2020, no qual morreram 25 pessoas, incluindo algumas que estavam próximas do momento do parto.