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China e outros 33 países planejam instalar usinas a carvão, diz relatório

23.jul.2013 - Nuvens de vapor das torres de resfriamento da usina de carvão da Vattenfall Jaenschwalde, refletida na água de um lago perto de Cottbus, na Alemanha - Pawel Kopczynski/Reuters
23.jul.2013 - Nuvens de vapor das torres de resfriamento da usina de carvão da Vattenfall Jaenschwalde, refletida na água de um lago perto de Cottbus, na Alemanha Imagem: Pawel Kopczynski/Reuters

26/04/2022 10h44Atualizada em 26/04/2022 10h44

Apesar dos danos ao meio ambiente, ainda há 34 países que planejam instalar ou expandir usinas a carvão, especialmente na China, denunciou um relatório anual do think tank Global Energy Monitor nesta terça-feira (26).

Em todo o mundo, há mais de 2.400 usinas a carvão em 79 países, que podem produzir cerca de 2.100 gigawatts (GW), mas há planos para aumentar essa capacidade em 457 GW, disse o relatório, que celebrou a tendência global de reduzir a criação dessas usinas no ano passado.

"Hoje restam apenas 170 usinas, ou seja, 5% do total de usinas em operação nas quais não há data para fechamento progressivo ou objetivo de alcançar a neutralidade do carbono", disse o relatório deste centro de estudos sediado em São Francisco, realizado em conjunto com várias organizações ambientais.

Em 2021, o parque de usinas a carvão em operação em todo o mundo aumentou 18,2 GW, um aumento ligado à covid, segundo o relatório.

A China "permaneceu uma exceção gritante ao declínio atual nas usinas em construção", observaram os autores.

No ano passado, mais da metade (56%) das unidades de produção de 45 GW em funcionamento estavam localizadas na China, 14% na Índia e 11% na Indonésia, Vietnã e Camboja.

Incerteza sobre financiamento chinês

O relatório critica "a retomada das licenças de construção" para usinas a carvão na China no início de 2022, o que permitiu "repensar a política energética do país" após a escassez e racionamento de eletricidade em mais da metade das províncias no final de 2021.

No resto do mundo, o pedido feito durante a Conferência do Clima COP26 de Glasgow, pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para interromper a construção de novas usinas a carvão para frear o aquecimento climático, criou a sensação de que havia um impulso.

No total, 65 países se comprometeram a não construir mais usinas, 36 a mais do que em janeiro de 2021.

Entre os países da OCDE, 86% não têm atualmente nenhum novo projeto de energia a carvão. Mas seis países - Estados Unidos, Austrália, Polônia, México, Japão e Turquia - ainda estudam formalmente novos projetos.

Na África, onde está prevista a próxima Conferência Internacional do Clima, a COP27 no Egito, 12 países ainda têm projetos relacionados ao carvão, três a menos do que em 2021.

O relatório destaca que o compromisso assumido pelo presidente chinês Xi Jinping na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2021 de parar de financiar a construção de usinas a carvão fora da China "torna muitos projetos africanos obsoletos", já que Pequim foi o principal financiador de novas usinas no continente.

Os autores do estudo temem que a China siga adiante com os contratos já assinados.

"Até hoje, não está claro se a China vai inaugurar as 56 usinas projetadas que bancos públicos e empresas privadas planejam financiar".