Reparação histórica: Estado argentino é responsabilizado por massacre de indígenas em 1924
A justiça declarou nesta quinta-feira (19) comprovada a responsabilidade do Estado argentino na morte de mais de 400 indígenas em Chaco (nordeste) na década de 1920.
A juíza federal Zunilda Niremperger qualificou os fatos como "crimes contra a humanidade no marco do genocídio dos povos indígenas". O massacre ocorreu durante a presidência de Marcelo T. de Alvear (1922-1928).
De acordo com a sentença, em 19 de julho de 1924, cerca de cem policiais e alguns civis armados, apoiados por um avião, chegaram à reserva onde viviam mil pessoas dos povos Qom e Mocoit.
Alguns trabalhadores estavam em greve devido às condições deploráveis às quais eram submetidos, à escassez de comida, falta de pagamentos e altos impostos. Apesar de trabalharem na região, a livre circulação de muitos era impedida.
Os homens armados disparam contra os nativos durante um hora.
"Entre 400 e 500 membros dos grupos étnicos Qom e Mocoit morreram", afirma o texto. "Os feridos que não conseguiram escapar foram mortos da forma mais cruel possível. Houve mutilações, exposições e enterros em valas comuns", acrescenta.
Os sobreviventes precisaram se esconder por anos.
A juíza ordenou a publicação da sentença no Diário Oficial e a inclusão do estudo do massacre nos programas escolares e universitários, entre outras "medidas de reparação histórica".
Historiadores afirmam que durante a formação da Argentina como nação independente, povos originários foram subjugados até seu extermínio.
Um dos episódios mais trágicos é o conhecido como 'A Campanha do Deserto', durante a incorporação da Patagônia ao território nacional, que deixou um saldo de pelo menos 14.000 indígenas mortos entre 1878 e 1885.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.