Topo

Esse conteúdo é antigo

Equador enfrenta 'reação sangrenta' ao combate ao narcotráfico, diz Lasso

24/05/2022 18h04

Quito, 24 Mai 2022 (AFP) - O Equador enfrenta uma "reação sangrenta" à luta contra o narcotráfico e o crime, que levou a massacres em prisões e a um alto índice de violência nas ruas, apontou o presidente Guillermo Lasso nesta terça-feira (24).

"É certo que estamos vivendo uma reação sangrenta, assim são as reações daqueles que estão desesperados porque hoje há um governo que os enfrenta", disse o presidente durante seu relatório anual à nação, realizado na sede do Legislativo.

O país, que por muitos anos permaneceu relativamente seguro da violência de seus vizinhos Colômbia e Peru - os dois maiores produtores de cocaína do mundo -, vive um aumento da violência e do narcotráfico.

Cenas de corpos decapitados, carros com explosivos e massacres em presídios, que deixaram quase 400 mortos em pouco mais de um ano, tornaram-se comuns no Equador, país de 17,7 milhões de habitantes.

Entre janeiro e maio, as autoridades apreenderam "85 toneladas (de drogas), o triplo do que foi apreendido no ano anterior no mesmo período", afirmou o presidente, um ex-banqueiro de direita de 66 anos.

Em 2021, o país apreendeu um recorde de 231 toneladas de drogas, segundo Lasso, que mais uma vez emitiu um alerta.

"Vamos enfrentar organizações criminosas, traficantes de drogas, aqueles que traficam pessoas, tráfico de armas", disse, acrescentando que não negociará com grupos criminosos.

"Há aqueles que vivem do outro lado da lei e estão pensando em algum tipo de negociação ou vínculo com o Estado. Isso nunca acontecerá porque seria trair o povo equatoriano", comentou.

O país fechou 2021 com uma taxa de 14 assassinatos por 100 mil habitantes, quase o dobro de 2020.

"A tranquilidade cidadã não se negocia, o Estado a impõe", disse Lasso, comentando que nos próximos três anos pretende investir 1.200 milhões de dólares para melhorar a segurança e incorporar cerca de 30.000 policiais.

pld/gm/ap/mvv