Soros acredita que a guerra na Ucrânia ameaça civilização
Davos, Suíça, 24 Mai 2022 (AFP) - O bilionário húngaro-americano George Soros advertiu, nesta terça-feira (24), que a civilização "poderia não sobreviver" à guerra na Ucrânia, mas considerou que a Europa poderia estar em "uma posição mais forte" do que pensa em relação ao gás russo.
"A invasão [da Ucrânia pela Rússia] pode ter sido o início da Terceira Guerra Mundial e nossa civilização poderia não sobreviver", disse em um discurso no jantar que tradicionalmente organiza em Davos (Suíça), à margem da reunião do Fórum Econômico Mundial.
"A melhor e única maneira de preservar a nossa civilização é derrotar [o presidente russo Vladimir] Putin o mais rápido possível", insistiu Soros.
A União Europeia (UE) tem dificuldades para chegar a um acordo sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia, principalmente porque os seus Estados-membros são muito dependentes dos hidrocarbonetos russos para o seu abastecimento de energia.
"Acredito que Putin é muito inteligente e está fazendo uma espécie de chantagem a Europa ameaçando cortar o gás. Mas, na verdade, seu caso não é tão sólido como pretende", disse Soros.
Ele argumentou que a Rússia criou deliberadamente uma situação de escassez no inverno (hemisfério norte) passado armazenando seu gás ao invés de enviá-lo à Europa, o que fez subir os preços, mas também encheu os seus depósitos, que estarão "repletos daqui até julho".
O presidente russo "está em uma crise e, de uma maneira ou de outra conseguiu aterrorizar a Europa". Agora "está em uma situação tensa. Tem que fazer algo com esse gás, e o único lugar que pode absorvê-lo, porque há gasodutos, é a Europa", argumentou o bilionário.
Soros disse que havia explicado essa situação em uma carta ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, mas que ainda não havia recebido uma resposta.
Ademais, culpou especialmente a política da ex-chanceler alemão Angela Merkel da continua e "excessiva" dependência da Europa dos hidrocarbonetos russos.
Finalmente, Soros chamou Putin e o presidente chinês, Xi Jinping, de "os dois ditadores".
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