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Reservas de urânio enriquecido do Irã ultrapassam em 18 vezes o acordado

Ainda assim, país afirma que reservas tem exclusivo uso pacífico -
Ainda assim, país afirma que reservas tem exclusivo uso pacífico

Em Viena (Áustria)

30/05/2022 13h17Atualizada em 30/05/2022 13h18

As reservas de urânio enriquecido acumuladas pelo Irã ultrapassam em mais de 18 vezes o limite autorizado pelo acordo internacional de 2015, segundo relatório da Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) consultado hoje pela AFP.

Segundo estimativas de meados de maio, o Irã aumentou as reservas totais para 3.809,3 kg, em comparação com 3.197,1 kg em fevereiro, longe do limite de 202,8 kg (ou 300 kg de um composto específico) em que estava comprometido.

Por outro lado, as reservas de material enriquecido a 20% atingiram 238,4 kg, frente aos 182,1kg anteriores.

Este nível, que supera os 3,67% fixados pelo acordo, permite - na teoria - a produção de isótopos médicos, utilizados em particular no diagnóstico de alguns tipos de câncer.

A Republica Islâmica tem também 43,1kg de urânio enriquecido a 60%, perto do limite de 90% necessário para fazer uma bomba, e bem acima dos 33,2 kg anteriores.

O Irã sempre insistiu que o programa nuclear do país é pacífico. O relatório será analisado no Conselho de Governadores da Aiea na próxima semana.

O Irã negocia em Viena com China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha para reviver o acordo internacional de 2015, cujo objetivo era que a República Islâmica não adquirisse a bomba atômica, em troca do levantamento das sanções que sufocam a sua economia.

Mas desde 2018, depois de Washington sair unilateralmente do acordo durante o governo de Donald Trump, Teerã começou a se afastar dos compromissos. As negociações estão paradas desde 11 de março.