Nove países sul-americanos fazem aliança contra crime organizado no Brasil
Ministros e funcionários de nove países sul-americanos anunciaram nesta quinta-feira (23) uma aliança estratégica de cooperação na luta contra o crime organizado transnacional, em um encontro convocado pelo governo brasileiro em Brasília.
Autoridades de Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai, além das locais, destacaram a prioridade no combate às atividades criminosas em múltiplos territórios e a necessidade de "implementar ações concertadas", segundo a declaração enviada à AFP pelo ministério da Justiça e Segurança brasileiro.
Argentina e Chile tiveram representação, mas não rubricaram o documento, que foi validado pelo secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock, e pelo secretário-executivo da Ameripol, Marcio Nunes de Oliveira.
O Brasil promoveu a aproximação em "uma aliança contra a criminalidade, de caráter estratégico e soberano entre os nosso ministérios, uma aliança que expanda o tradicional sistema de policiamento ostensivo para acoes coordenadas de prevenção de ilícitos", descreveu o ministro de Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, na abertura do evento que terminará nesta sexta-feira.
Esta aliança se propõe a "troca de dados de inteligencia que permita um melhor diagnóstico e prevenção dos ilícitos transnacionais", explicou.
As autoridades sul-americanas que assinaram a declaração consideram, entre outras iniciativas, a proposta do Brasil, de reunir agentes de segurança dos diferentes países para trabalhar juntos no Centro de Cooperação Policial Internacional com sede no Rio de Janeiro.
Segundo Torres, o objetivo é favorecer a troca de informações de Inteligência, ações integradas e planejamento de investigações criminais conjuntas.
A colaboração permitirá desenvolver operações com resultados contundentes, afirmou o ministro.
Ele deu como exemplo a Operação Nova Aliança entre o Brasil e o Paraguai, que apreendeu do tráfico ilegal 5.400 toneladas de maconha, o equivalente a 162 milhões de dólares, de 7.000 toneladas apreendidas no mundo em 2021, segundo dados de seu ministério.
Os representantes dos nove países acertaram manter reuniões semestrais para avaliar o rumo da aliança.
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