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Último baleeiro ativo da Islândia captura primeira baleia em quase quatro anos

Hvalur 9 chega com baleia de cerca de 20 metros na unidade de processamento em Hvalfjördur naquela que pode ser uma das últimas campanhas da caça da história do país - Halldor KOLBEINS / AFP
Hvalur 9 chega com baleia de cerca de 20 metros na unidade de processamento em Hvalfjördur naquela que pode ser uma das últimas campanhas da caça da história do país Imagem: Halldor KOLBEINS / AFP

24/06/2022 15h41Atualizada em 24/06/2022 15h41

O único baleeiro da Islândia em atividade capturou sua primeira baleia-comum da temporada, talvez em uma das últimas campanhas de caça da história do país.

O "Hvalur 9" chegou à unidade de processamento em Hvalfjördur (costa oeste) na manhã desta sexta-feira (24) com um cetáceo de cerca de 20 metros, também chamada de baleia-fin, capturado no dia anterior.

O mamífero, o segundo maior animal do planeta depois da baleia-azul, foi imediatamente despedaçado para separar a gordura da carne, sob as câmeras de dois ativistas da Sea Shepherd.

"Cada baleia que está aqui e não no oceano, onde ela pertence, é um absurdo", disse Imogen Sawyer, ativista dessa organização de conservação marinha.

Os dois navios do último baleeiro da ilha, o "Hvalur 8" ("baleia" em islandês) e o "Hvalur 9", deixaram Reykjavik na quarta-feira depois de passar três anos retidos no porto.

Segundo Kristján Loftsson, dono do Hvalur, essa longa interrupção deve-se ao conflito entre as autoridades islandesas sobre a entrega de uma licença de operação para sua unidade de transformação.

As autoridades negam esta versão, aludindo que a ausência de licença não impedia a pesca.

Até agora, a paralisação estava relacionada à volta da caça comercial no Japão, principal destino da carne de cetáceos, assim como às complicações relacionadas com a covid-19.

A Islândia concordou este ano com uma cota para a captura de 209 baleias.

Junto com a Noruega e o Japão, a Islândia é o único país do mundo que autoriza a caça comercial da baleia, apesar de uma moratória adotada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional (IWC) e repetidas críticas de defensores dos animais.