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Noruega homenageia vítimas do tiroteio em Oslo

Homenagem às vítimas de ataque em Oslo, na Noruega - Reprodução/Twitter Véronique Revoy
Homenagem às vítimas de ataque em Oslo, na Noruega Imagem: Reprodução/Twitter Véronique Revoy

26/06/2022 10h17

A Noruega prestou uma homenagem comovente neste domingo (26) às vítimas do sangrento tiroteio ocorrido na madrugada de sábado perto de um bar gay no centro de Oslo, capital, que forçou o cancelamento de uma marcha do orgulho LGBTQIA+.

A Catedral de Oslo organizou uma missa em homenagem aos mortos, no dia seguinte ao ataque que deixou dois mortos e 21 feridos. O altar foi decorado com as cores do arco-íris e com flores.

"Balas não podem matar o amor", declarou o chefe da igreja protestante norueguesa, Olav Fykse Tveit. O primeiro-ministro Jonas Gahr Støre e a princesa Mette-Marit estiveram presentes na cerimônia, embora sem o marido, o príncipe Haakon, que está doente com covid-19.

As razões exatas que levaram o suspeito a atirar ainda não são conhecidas, mas as autoridades o descreveram como um islâmico com um estado de saúde mental frágil.

"Oslo está de luto e todo o país está chocado com o ataque, que atingiu particularmente homossexuais que se reuniram para celebrar o Orgulho", disse a igreja em comunicado no sábado.

O tiroteio ocorreu por volta da 01h00 (20h00 de sexta-feira no horário de Brasília) do lado de fora de um pub e um clube LGBT - o London Pub - em um momento de grandes multidões devido às festividades do Orgulho Gay.

Dois homens entre 50 e 60 anos morreram e outras 21 pessoas ficaram feridas, dez delas com gravidade.

Norueguês de origem iraniana

A marcha do Orgulho LGBTQIA+, que deveria ocorrer na tarde de sábado em Oslo pela primeira vez em três anos devido à pandemia, foi cancelada por recomendação da polícia. Mas o prefeito de Oslo, Raymond Johansen, prometeu que aconteceria em uma data posterior e milhares de pessoas se reuniram para uma marcha espontânea.

Segundo a polícia de Oslo, o suposto autor do tiroteio é um norueguês de 42 anos de origem iraniana, identificado pela mídia local como Zaniar Matapour. Os serviços de inteligência noruegueses indicaram no sábado que o homem estava no radar desde 2015 por sua radicalização e sua participação em uma rede extremista islâmica.

Além disso, ele foi condenado por crimes menores e as autoridades apontam para um estado de saúde mental frágil.

A polícia ordenou que ele fosse colocado em observação para ajudar a esclarecer a questão de sua responsabilidade criminal. Mas os investigadores ainda não sabem se o ataque foi realizado por motivos ideológicos ou religiosos ou se é um crime de ódio contra a comunidade homossexual ou o ato de uma pessoa desequilibrada.

"Pode ser uma combinação", destacou um responsável da polícia de Oslo, Børge Enoksen, neste domingo em coletiva de imprensa. "É muito cedo para tirar conclusões", acrescentou.

O drama chocou o país, geralmente pacífico, mas que viveu um dia sombrio em julho de 2011, quando um extremista de direita matou 77 pessoas em um ataque com bomba em Oslo e um tiroteio em uma reunião de jovens do Partido Trabalhista na ilha de Utoya.

A polícia implantou reforços na capital e os serviços de inteligência aumentaram o nível de ameaça, chamando a situação de "extraordinária".

Como demonstração de solidariedade, bandeiras de arco-íris e buquês de flores foram colocados perto do local do ataque, que foi isolado.

"É importante expressar nossas condolências e dizer que amor é amor e que é o mesmo para todos, que todos devem ter o direito de viver sua vida como quiserem", disse Kristin Wenstad, cozinheira que foi ao local da tragédia, à beira das lágrimas.