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Otan aumentará para mais de 300 mil sua força de alta prontidão

27/06/2022 11h28

Bruxelas, 27 Jun 2022 (AFP) - Os líderes da Otan vão decidir na cúpula de Madri, que começa na quarta-feira (29), transformar sua Força de Resposta e aumentar "bem acima" de 300.000 os soldados em alto nível de prontidão para enfrentar a ameaça representada pela Rússia, anunciou nesta segunda-feira (27) o secretário-geral da Aliança Atlântica.

"Acredito que os aliados deixarão claro em Madri que consideram a Rússia como a maior e mais direta ameaça para a nossa segurança", declarou o norueguês Jens Stoltenberg ao apresentar a agenda da cúpula.

"Esta cúpula será um ponto de virada e várias decisões importantes serão tomadas", disse.

"Vamos fortalecer nossos grupamentos táticos na parte leste da Aliança, até o nível de brigada", informou.

Oito grupamentos táticos já foram criados. Eles estão sediados na Lituânia, na Estônia, na Letônia, na Polônia, na Romênia, na Hungria, na Eslováquia e na Bulgária.

Alguns serão reforçados "até o nível de brigada" - unidades táticas de 3.000 a 5.000 homens, disse Jens Stoltenberg.

A Alemanha, líder do Grupamento Tático na Lituânia, anunciou sua intenção de elevar sua capacidade ao nível de uma brigada, mas a maior parte das tropas permanecerá estacionada no país.

Os reforços serão de unidades "pré-designadas" em outros países da Aliança chamadas a intervir nesses países onde armas pesadas terão sido pré-posicionadas, explicou o secretário-geral da Otan.

A Aliança também "transformará sua Força de Resposta", de 40.000 soldados, e aumentará o número de seu contingente de alta prontidão "bem acima" de 300.000 militares, acrescentou.

"Ao fazer isso, fornecemos uma dissuasão confiável, cujo objetivo não é provocar um conflito, mas impedir que a Rússia ou qualquer outro adversário em potencial ataque um país aliado", insistiu.

"Estou convencido de que o presidente Putin entende as consequências de um ataque a um país da Otan", acrescentou.

Os líderes da Aliança também intensificarão seu apoio à Ucrânia. O presidente Volodymyr Zelensky se dirigirá a eles por meio de videoconferência.

Eles fornecerão mais armas pesadas e querem "ajudar, no longo prazo, a Ucrânia a passar de equipamentos militares da era soviética para equipamentos modernos da Otan".

"Juntas, essas medidas constituem a maior reformulação de nossa defesa e presença coletiva desde a Guerra Fria. E, para isso, devemos investir mais", alertou Jens Stoltenberg.

O secretário-geral não informou, porém, detalhes sobre a origem das forças adicionais ou como poderão ser mobilizadas.

Os aliados da Otan se comprometeram a dedicar 2% de seu PIB aos gastos com defesa em 2024, mas apenas nove dos 30 membros atingiram essa meta em 2022 (Grécia, Estados Unidos, Polônia, Lituânia, Estônia, Reino Unido, Letônia, Croácia e Eslováquia).

A França investe 1,90%, a Itália 1,54%, a Alemanha 1,44% e a Espanha, país anfitrião da cúpula, é o penúltimo da lista com 1,01%, à frente do Luxemburgo (0,58%), segundo dados publicados nesta segunda-feira pela Otan.

"Para responder à ameaça, esta meta de 2% torna-se um piso e não mais um teto", anunciou Jens Stoltenberg.

"Dezenove aliados têm planos claros para atingir a meta até 2024 e outros cinco assumiram compromissos concretos", disse ele.

csg/fmi/lpt/mr