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Suprema Corte dos EUA valida o direito de técnico futebol de escola pública de orar em campo

27/06/2022 14h49

Washington, 27 Jun 2022 (AFP) - A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, aumentou ainda mais o papel da religião nas escolas públicas, ao invalidar nesta segunda-feira (27) a demissão de um treinador de futebol americano que rezava em campo.

Três dias após revogar o direito ao aborto nos Estados Unidos, seus seis juízes conservadores decidiram a favor de Joseph Kennedy, que supervisionou durante sete anos as equipes de uma escola de ensino médio em Bremerton, perto da cidade de Seattle, antes de ser demitido.

Os três juízes progressistas da Corte votaram contra Kennedy.

"Uma organização governamental queria punir um indivíduo por uma prática religiosa breve, tranquila e pessoal", argumentou o juiz Neil Gorsuch. "A Constituição não ordena, nem aprova, esse tipo de discriminação", escreveu em sua alegação pessoal.

Depois de cada partida, o treinador se ajoelhava para realizar uma oração no meio do campo, às vezes acompanhado por alguns de seus jogadores. O técnico também pregava no vestiário antes ou depois de algumas partidas.

Em 2015, as autoridades da escola pediram que se abstivesse dessa prática, citando um ponto da Primeira Emenda da Constituição que proíbe o Estado e seus funcionários de incentivar o "estabelecimento" de uma religião, isto é, financiar ou promover sua prática.

Como ele se negou, não teve seu contrato renovado. Logo iniciou ações legais, baseando-se em outra cláusula da Primeira Emenda que garante a liberdade de religião e expressão.

Estas duas disposições são regularmente objeto de litígios, mas a maioria conservadora da Suprema Corte, estabelecida durante o mandato do republicano Donald Trump (2017-2021), inclina a balança a favor dos círculos religiosos.

Em maio, o tribunal determinou que a cidade de Boston deveria permitir o hasteamento da bandeira de um grupo cristão no mastro da prefeitura. Na semana passada, decidiu que o estado de Maine não podia excluir as escolas religiosas de um plano de ajuda pública.

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